O trabalho em ambiente prisional não apenas contribui para a ressocialização do detento, mas também oferece a ele a chance de aprender um ofício e se reinserir no mercado de trabalho após cumprir a sua pena. Com essa preocupação, a Shoreline Telecom, empresa brasileira de equipamentos passivos e ativos para redes ópticas, de Carandaí, a 130 km de Belo Horizonte, MG, lançou uma linha de CEOs - caixas de emenda óptica 100% montadas por detentos do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, MG, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais. Os produtos foram demonstrados na Expo ISP, em Olinda, PE, de 8 a 10 de maio.

“Temos um compromisso social de ajudar na reintegração dos detentos, de forma que eles possam sair capacitados diretamente para o mercado de trabalho. Além disso, eles têm benefícios como a redução da pena e salário, podendo ajudar financeiramente suas famílias”, diz Bruno Lima, coordenador de Marketing da Shoreline.

Lançada em novembro de 2023, a nova CEO foi totalmente desenvolvida pela Shoreline. A injeção de plástico é realizada por uma empresa terceirizada em Belo Horizonte e a montagem fica a cargo de 10 detentos, sob o controle de qualidade da fabricante.

“Vendemos mais de 10 mil caixas por mês. Crescemos muito no último ano”, diz o gerente. Uma outra novidade da empresa é a inauguração de um CD – centro de distribuição em Caruaru, PE, em janeiro, junto à sede de seu distribuidor MX Telecom, que deverá abastecer todo o Nordeste com maior agilidade e menores custos. Com o investimento, a empresa prevê um crescimento de 25% nos próximos meses na região.

Fundada há 12 anos por Leonardo Oliveira e Tadyson Souza, a Shoreline iniciou as atividades com importação de cabos e hoje conta com um portfólio de cerca de 100 produtos, incluindo ONTs, caixas de emenda, conectores, adaptadores, splitters e cabos ASU e drop.  Posteriormente, passou a desenvolver as peças com foco na realidade das redes brasileiras, mas com produção terceirizada na China, sob suas especificações. O passo seguinte foi a fabricação nacional de ONTs e, mais recentemente, das CEOs.