A Ligga anunciou um modelo inédito de parceria com provedores regionais para levar conectividade 5G em cidades com menos de 30 mil habitantes nas regiões Norte, Paraná e São Paulo, locais onde ganhou os direitos de exploração do espectro. Os provedores poderão atuar como MVNO - operadora móvel virtual autorizada junto à Ligga ou como acionistas. A operação está programada para iniciar ainda em 2024. “Pelas regras do edital, podemos usar terceiros para cumprir as nossas obrigações. Então a ideia é permitir que o terceiro use o 5G no modelo de operação virtual. Mas esta não será uma MVNO tradicional, pois o provedor também poderá ter uma partição no percentual da receita”, disse Vitor Menezes, Diretor de Assuntos Institucionais e Regulatórios da Ligga, durante apresentação na Abrint 2024 em São Paulo.
A parceria envolve a criação de uma empresa, a ISP Telecom, com a vertente Norte, liderada pelo Luiz Cláudio Soares Pereira, proprietário da North Wave, e por Marcelo Marcelo Siena, presidente do provedor iSuper Telecom, de Marialva, PR, para São Paulo e Paraná. A ISP Telecom é uma S.A. e MVNO autorizada da Ligga e será a responsável pelos contratos com os provedores, que poderão atuar como investidores (ele monta a infraestrutura de 5G na cidade, aproveitando a torre e o backhaul que já possui) ou como credenciados da autorizada para a venda dos serviços na sua área de atuação. Nessa parceria, a Ligga cederá o seu espectro para os provedores consorciados, que serão os responsáveis por ativar e operar ERBs - estações radiobase nas cidades onde já operam com banda larga, além de comercializarem o serviço móvel para seus clientes. “Esse modelo B2B2C permite a maximização do uso da infraestrutura existente e a diluição dos investimentos entre todos os envolvidos”, disse Marcelo Siena.
Dentre os benefícios do 5G estão a velocidade superior para downloads e uploads, a maior capacidade de conexões simultâneas, a baixa latência e o suporte a novas aplicações – como é o caso das cidades inteligentes. “A infraestrutura oferecerá tanto o 4G como 5G, já que nem todos os dispositivos são compatíveis com o 5G. Dessa forma, as soluções se complementam e a Ligga já solicita o uso da frequência de 700 MHz, a fim de potencializar a oferta do serviço móvel”, disse Menezes. Os provedores poderão usar sua própria marca no serviço móvel ou da ISP Telecom.
No Norte, a ISP Telecom já conta com a adesão dos 50 principais provedores que fazem parte do Projeto Amazônia 5G, uma iniciativa criada para complementar backhaul, capaz de atender 80% da região amazônica e levar conectividade às áreas mais remotas e carentes. “Queremos democratizar o acesso nas pequenas comunidades e melhorar a conectividade em toda a região Amazônica”, disse Luiz Cláudio Soares Pereira, da North Wave.
Sediada em Curitiba, PR, a Ligga conta com mais de 50 mil quilômetros de infraestrutura de rede e atendimento a aproximadamente 380 mil clientes em mais de 400 cidades no Paraná, São Paulo e no Mato Grosso. Possui direitos de exploração do 5G no Paraná, em São Paulo e na região Norte.
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