O segundo data center que a Angola Cables, multinacional africana provedora de serviços de rede e soluções digitais, vai construir em Fortaleza, CE, terá uma capacidade energética de 25 MW, ou seja, 25 vezes superior ao atual data center, AngoNap, inaugurado em abril de 2019 e hoje praticamente 100% ocupado.

Localizado ao lado do AngoNap (foto), na Praia do Futuro, o data center ocupará uma área de 900 m2 e tem previsão de entrega para 2026. “Estamos bastante avançados na fase de projeto, inclusive com alternativas de funding em estudo interno pela companhia e junto ao mercado também”, disse Guilherme Vieira, Líder Comercial da TelCables Brasil, operadora LATAM da Angola Cables. Os investimentos totais são estimados em mais de R$ 250 milhões.

Além da sua relevância em termos de conectividade e de tecnologia, a capital cearense pode se destacar ainda mais com a expansão da IA - Inteligência Artificial, abrindo novas perspectivas de negócios para os data centers e atraindo empresas interessadas em rodar aplicações de treinamento e inferência. “Fortaleza é a bola da vez, o spot dentro do setor sul-americano e que demandará muitos investimentos”, afirmou o executivo. A cidade é hoje o segundo maior hub de Internet no Brasil, com tráfego de pico de 4 Tbit/s, ficando atrás apenas de São Paulo, e tem potencial para se tornar um polo de IA no futuro.

Outro destaque de Fortaleza é o posicionamento geográfico privilegiado para a chegada de cabos submarinos. O data center AngoNAP faz parte do complexo de cabos submarinos SACS, que se liga a Luanda, em Angola, e o Monet, ligado a Miami, nos Estados Unidos, ambos operados pela Angola Cables. Além disso, o AngoNAP conta com um Ponto de Intercâmbio de Tráfego de Internet (PIX), integrado à malha de conectividade do IX.br (Brasil Internet Exchange).

Por meio da infraestrutura fornecida pela Angola Cables, a TelCables Brasil possui um amplo portfólio com 60 serviços, incluindo cloud e de integração, redes IP, transporte internacional e data centers conectados, que fornecem acesso direto e de baixa latência para os IXPs, operadoras e provedores de conteúdo global. No setor de atacado, os provedores de Internet Tier 1 e 2 estão entre seus principais clientes. No universo de quase 8 mil provedores no Brasil, a TelCables atende os maiores, cerca de 300, que se conectam aos centros de conteúdos, financeiros, gaming, redes Tier 1 e mercados globais como a Europa por meio da estrutura da multinacional.

“Nosso objetivo é simples: queremos liderar a conectividade digital no Atlântico Sul e potencializar o crescimento dos mercados emergentes”, afirmou o executivo. No começo do ano passado, a empresa iniciou importantes projetos, como a ampliação da presença no Centro-Oeste do Brasil, por meio de POPs - pontos de presença nas cidades de Brasília, Cuiabá e Goiânia, que, juntos, já representam quase 10% do tráfego de dados da região.

A Angola Cables também comprou capacidade no cabo submarino Ellalink, viabilizando uma rota direta de IP trânsito para Lisboa e Madrid, que, agora, conta com uma redução de latência de até 60%.

Uma outra novidade é a solução Anti-DDoS Arbor, que oferece uma capacidade de mitigação global de mais de 15 Tbit/s em mais de 15 centros na nuvem, com 100% de automação e disponibilidade nos cinco continentes onde a Angola Cables atua.

Essas ações fizeram com que a empresa subisse oito posições no último ranking Internet Service Provider promovido pelo CAIDA - Center for Applied Internet Data Analysis, que classifica as melhores operadoras de telecomunicações mundiais. A companhia possui mais de 70% do tráfego de Internet  do continente africano e responde por quase 2% do tráfego mundial de Internet. “Somos, hoje, uma empresa global com negócio local em cada subsidiária na África, Europa e América do Norte, a TelCables Brasil by Angola Cables. Contamos com uma equipe de engenharia brasileira, responsável pela distribuição de tráfego significativo que liga o Brasil a uma rede de data centers interligados por mais de 33 mil km de cabos submarinos, proporcionando resiliência, qualidade e segurança para operadores e fornecedores de conteúdo locais e globais”, concluiu.



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