Natal Pasqualetti Neto*
Uma das partes mais importantes das prensas é a sua estrutura. Porém, no dia a dia é dada pouca atenção a ela e como consequência disso temos má qualidade da estampagem e danos à máquina.
Vamos então falar um pouco sobre as limitações da estrutura das prensas para estampagem.
De forma geral, a estrutura da mesa e do martelo da prensa é calculada para a deformação máxima admissível exigida pela ferramenta, considerando que a ferramenta está ocupando pelo menos dois terços da área útil da mesa/martelo. Isso significa que a carga está distribuída.
Nesta situação a estrutura está operando sob regime elástico, ou seja, a cada golpe da prensa a estrutura deforma e retorna ao seu estado original, conforme o diagrama tensão-deformação mostrado abaixo.
Uma situação que costuma ocorrer é a montagem de uma ferramenta pequena na prensa. Nesta situação, a carga é concentrada e a estrutura vai deformar mais que a deformação admissível.
Como consequência, a ferramenta irá acompanhar a deformação excessiva e podemos ter, assim, peças de má qualidade. Pode até não ser possível conformar as peças e com relação à estrutura, atingindo e ultrapassando a tensão de escoamento, a mesa/martelo vai empenar.
Outra limitação da estrutura é relacionada à carga excêntrica. O centro de forças da ferramenta tem de estar alinhado com o centro da prensa.
Na prática sabemos que é difícil zerar a carga excêntrica e por isso os fabricantes de prensas costumam informar os dados técnicos da máquina, incluindo a máxima carga excêntrica admissível.
A carga excêntrica é suportada pelas chavetas que fazem a união da estrutura e pelas guias de bronze que suportam toda a pressão. Normalmente, o primeiro sinal de carga excêntrica é dado pelas guias do martelo, que perdem a geometria.
Para evitar a carga excêntrica, é necessário trabalhar dentro da faixa de carga admissível fornecida pelo fabricante da máquina.
Um caso particular que vale a pena destacar é o uso de ferramenta progressiva. No início do processo sempre vai haver carga excêntrica, pois só as primeiras estações trabalharão. Neste caso, o fabricante tem que conhecer a ferramenta que será utilizada para projetar a estrutura da prensa adequadamente.
*Natal Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.
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