Natal Pasqualetti Neto*
Sabemos que as prensas hidráulicas para estampagem são utilizadas principalmente para fazer o repuxo profundo, devido à alta energia, e que são bem versáteis com relação ao movimento do martelo.
Vamos analisar então os movimentos básicos do martelo, assim como velocidade e força.
Curso do martelo
A prensa hidráulica não tem um curso definido. O martelo pode se movimentar livremente, o qual é limitado pelo curso útil do pistão dentro do cilindro.
O curso de trabalho, que consiste em PMS (Ponto Morto Superior) e PMI (Ponto Morto Inferior), é regulável. A regulagem pode ser feita manualmente, por limites de fim de curso, ou programada, por meio de um transdutor linear.
Velocidade do martelo
A velocidade do martelo da prensa hidráulica depende diretamente da vazão de óleo da bomba. Regulando a vazão, alteramos a velocidade.
Força de prensagem
A força de prensagem tem relação direta com a pressão hidráulica, e normalmente é ajustada por meio de uma válvula reguladora de pressão. Junto com a prensa é fornecido um diagrama de “Força x Pressão”.
Controle do movimento de descida e subida
Quando a prensa está parada as passagens de óleo para os cilindros estão todas fechadas.
Para a descida do martelo é enviada pressão de óleo para a parte superior do cilindro, enquanto o óleo da parte inferior é enviado ao reservatório.
Para a subida do martelo é enviada pressão de óleo para a parte inferior do cilindro, enquanto o óleo da parte superior é enviado ao reservatório.
Descida rápida do martelo
As prensas para estampagem apresentam um curso relativamente grande devido à necessidade de espaço para a colocação e retirada da peça. No entanto, quanto maior o curso, menor a produção, pois o martelo tem um caminho mais longo a percorrer.
A fim de aumentar a produção da prensa hidráulica, a descida do martelo é normalmente dividida em duas partes: descida rápida (curso morto) e descida de trabalho (prensagem).
Na descida rápida é aberta a válvula de preenchimento de forma que o óleo do reservatório flua livremente para a parte superior do cilindro, aumentando a velocidade de descida.
Durante o tempo em que a válvula de preenchimento está aberta não é possível ter força na prensa.
Descida de trabalho
Após a descida rápida é fechada a válvula de preenchimento, e só então é possível aplicar a força de prensagem. A força de prensagem é ajustada por meio de uma válvula reguladora de pressão.
Sinal de retorno do martelo
Ao terminar a descida teremos então o sinal para o retorno do martelo.
Temos basicamente três situações:
Pelo PMI (Ponto Morto Inferior) – neste caso, quando o martelo atinge o PMI, regulado pelo fim de curso ou por transdutor linear, é dado o sinal para a parada e retorno ao PMS (Ponto Morto Superior);
Pela força de prensagem – neste caso, um pressostato ou transmissor de pressão, ao chegar à pressão para a qual foi ajustado, relativa à força de prensagem desejada, é dado o sinal para a parada e retorno ao PMS (Ponto Morto Superior);
Por tempo – neste caso, ao chegar a uma das situações anteriores, conforme o desejado, um temporizador conta um tempo pré-definido e então é dado o sinal de retorno ao PMS (Ponto Morto Superior).
Retorno ao PMS
O retorno do martelo ao PMS (Ponto Morto Superior) é um tempo morto e, portanto, deve ser realizado o mais rápido possível, e novamente é aberta a válvula de preenchimento a fim de que o óleo flua livremente do cilindro para o reservatório.
Parada no PMS
Ao atingir o PMS (Ponto Morto Superior), regulado pelo fim de curso ou por transdutor linear, é fechada a válvula de preenchimento e o martelo para.
*Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.
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