Natal Pasqualetti Neto*


 

Quando uma prensa está trabalhando em modo automático, o acesso à área da ferramenta deve estar fechado, e no caso de prensas grandes é muito comum o uso de grades ou portas de segurança (proteções móveis).

 

 

A função das proteções é impedir o acesso à área de perigo e proporcionar segurança às pessoas no chão de fábrica. Apesar disso, há muitos detalhes envolvidos no projeto e algumas vezes a proteção acaba sendo a causadora de acidentes.

 

Um exemplo de ocorrência foi registrado no início do PPRPS (Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares).

 

As empresas tinham de instalar proteções nas prensas de chaveta, prensas pequenas e, em especial, na área do ferramental. Mas para a troca de ferramentas, era necessário remover as proteções e isso causava tempo morto na produção.

 

Uma empresa, visando reduzir o tempo de troca, projetou uma proteção articulada para cima.

 

 

Durante o projeto faltou uma análise mais detalhada do travamento da proteção após a sua abertura. O fato é que, durante uma troca de ferramenta, a proteção caiu na cabeça de um profissional. Neste caso, houve ferimento do operário, mas não foi fatal. Entretanto, quando se trata de grades ou portas em prensas grandes a situação é bem crítica.

 

O acidente de queda de portas é muito comum em armazéns e docas, e infelizmente ocorrem muitas mortes.

 

Dentro do exposto, as grades e portas de prensas possuem sistema contra quedas. É importante saber que existem várias empresas especializadas em sistemas desse tipo e os fabricantes de prensas costumam adquirir o sistema pronto e fazer a instalação.

 

 

Para movimentar a porta, um dos sistemas que pode ser utilizado é uma talha e cabos de aço.

 

 

Outro fator que merece atenção é o cabo de aço. É comum os sistemas que contam com cabo de aço contarem também com polias, usadas para a passagem do cabo.

 

Certa vez, um usuário de prensas reclamou que o cabo da porta estava quebrando, e pediu para eu analisar o problema. Após a análise, constatei que o problema era a utilização do cabo incorreto. Quando o cabo quebrou pela primeira vez, instalaram um cabo de diâmetro maior, acreditando que ele era mais resistente, e a partir daí as quebras passaram a ser frequentes.

 

 

Vamos entender

 

Existem vários tipos de cabos e quanto mais fios tiver um cabo, maior será a sua flexibilidade

 

Exemplo:

 

 

Dessa forma, o mínimo diâmetro da polia depende do diâmetro do cabo e de sua flexibilidade.

 

 

Portanto, quando substituíram o cabo de aço quebrado por um com diâmetro maior, e talvez com menos fios, a flexão no cabo aumentou e isso causou o rompimento.

 

Observem a quantidade de detalhes no projeto de uma simples porta. É importante que o projeto e a manutenção das máquinas sejam feitos por um profissional técnico habilitado e com experiência, dentro de sua área de atuação.



 

 

 

 

 

 

 

*Natal Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.



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