Natal Pasqualetti Neto*
Para a maioria dos usuários, a prensa é uma máquina que tem um martelo que se movimenta para cima e para baixo e que, ao descer, fecha a ferramenta aplicando uma força. Entretanto, do ponto de vista do engenheiro de projetos, as prensas são diferentes conforme a sua aplicação.
Abaixo são mostradas algumas diferenças entre uma prensa de estampagem e uma prensa rápida.
Redução de velocidade
Uma prensa grande de estampagem tem uma velocidade de cerca de 15 a 30 gpm (golpes por minuto), e isso requer uma redução feita por engrenagens no cabeçote.
A prensa rápida tem velocidade de centenas de gpm (golpes por minuto) e a única redução é feita na transmissão por correia.
Balanceamento do eixo excêntrico
O eixo excêntrico é uma massa girando fora de centro. Na prensa de estampagem não há problema devido à baixa velocidade. Porém, na prensa rápida, a força centrífuga gerada é significativa, e devido a isso deve ser feito o balanceamento de massa.
No caso da última prensa rápida, em que eu calculei a velocidade, esta não era muito alta e eu utilizei um contrapeso no próprio eixo excêntrico.
Dependendo da velocidade da prensa, é necessário considerar também a força devido à aceleração e desaceleração do martelo.
Curso do martelo
Uma prensa grande de estampagem requer um curso grande para acesso na alimentação e retirada da peça. A prensa rápida tem curso bem curto, o suficiente para que o aparelho de avanço empurre a fita.
Qualidade da construção mecânica
Na prensa grande de estampagem a construção mecânica está baseada na qualidade da norma técnica ISO IT7, enquanto a construção da prensa rápida está baseada na qualidade da norma ISO IT6.
Guias do martelo
Na prensa grande de estampagem as guias normalmente são feitas de bronze, cuja lubrificação é feita com óleo. Já nas prensas rápidas, são utilizadas guias roletadas sem folga ou similares.
Base da máquina – isolador de vibração
Se a prensa grande de estampagem for apoiada no piso, ela irá funcionar. No caso da prensa rápida, devido à alta velocidade, a vibração é significativa e deve ser feito um estudo detalhado para a especificação de um sistema antivibração. É importante solicitar a ajuda dos fornecedores desses sistemas devido à complexidade do assunto.
Como podemos ver, aos olhos de um engenheiro de projetos, as máquinas são bem diferentes. E essas diferenças também afetam diretamente a parte operacional e manutenção.
*Natal Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.
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