Natal Pasqualetti Neto*


 

As prensas mecânicas de grande porte possuem muitos sistemas hidráulicos:

 

 

Exemplo de um sistema de proteção hidráulica contra sobrecarga dentro do martelo

 


 

De forma geral, durante a formação técnica dos profissionais da área, não são fornecidos conhecimentos aprofundados. A unidade hidráulica apresentada e simplificada, conforme é mostrado abaixo, e a falta de conhecimentos específicos levam a projetos com falhas, sobretudo na construção do reservatório.

 

 

 

 

No passado, o projetista tinha mais liberdade para o projeto da unidade hidráulica. As prensas antigas costumavam ter unidades hidráulicas específicas para cada sistema hidráulico, assim como diferentes especificações do fluído hidráulico para cada uma das unidades. Com o passar do tempo, houve necessidade de redução de custo da prensa e as unidades hidráulicas foram afetadas diretamente.

 

Em um primeiro momento os projetistas reduziram as dimensões dos reservatórios. Lembrando que a dimensão do reservatório influencia a temperatura e o controle de nível do fluido hidráulico. Nessa época houve problemas de aquecimento do óleo e/ou transbordamento do reservatório, em particular o transbordamento na unidade de lubrificação. Ainda vejo isso acontecer nos dias de hoje.

 

Na lubrificação, quando a prensa está ligada, um grande volume de óleo sai do tanque e fica circulando pela prensa, diminuindo muito o nível do reservatório. Considerando que a verificação do nível mínimo é para a prensa em funcionamento, um descuido ao completar o nível pode causar transbordamento, quando o óleo em circulação retorna ao reservatório após desligar a prensa.

 

 

 

 

Um outro problema está relacionado às unidades hidráulicas para o dispositivo de repuxo hidráulico. Neste caso, temos restrição de fluxo em alta pressão, gerando muito calor, e um grande fluxo de retorno, causando o turbilhonamento do óleo.

 

No caso da geração de calor, é feito o dimensionamento do trocador de calor e informadas ao usuário as condições de uso da energia do repuxo, dentro do admissível, pelo trocador de calor.

 

Com relação ao turbilhonamento, que pode causar entrada de ar no sistema, é feito um projeto do reservatório com chicanas, e se necessário até um reservatório intermediário a fim de evitar a entrada de ar no sistema.

 

 

 

Outra estratégia que alguns fabricantes adotaram foi projetar uma única unidade hidráulica para toda a prensa. Neste caso, a unidade hidráulica de lubrificação passou a atender outros sistemas hidráulicos, tais como o de proteção hidráulica contra sobrecarga, sistema de levantamento da mesa móvel, garras da mesa móvel e cilindros hidráulicos das tampas das calhas de retalhos.

 

Observem que o óleo de lubrificação para acionamentos com engrenagens de precisão é um óleo grosso, de viscosidade 150, bem diferente de um óleo usado em sistema hidráulico convencional de viscosidade 68. Porém, devemos levar em consideração:

 

 

 

 

Os sistemas que necessitam ter suas próprias unidades hidráulicas são:

 


 


 


 


 


 

 

Como podemos ver, apesar do nome “prensa mecânica”, temos muitos sistemas hidráulicos para o seu funcionamento.

 


 

 

 

 

*Natal Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.



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