O mercado de resinas recicladas está passando por um período difícil, diante da superoferta de materiais virgens que tem feito muitas empresas de transformação repensarem a sua estratégia de aquisição de matéria-prima. Afinal, embora se preocupem cada vez mais com o apelo de sustentabilidade inerente aos reciclados, o preço dos insumos compõe custos e, consequentemente, é um importante fator de competitividade a ser considerado.
Por força dos desvarios tributários nacionais, os recicladores já lutam contra a tributação em cascata que acaba encarecendo os materiais reciclados, mesmo sob condições normais de pressão e temperatura. Esse ambiente fez com que uma boa parte dessas empresas se estruturassem em torno dos ganhos associados às metas sociais, ambientais e de governança (ESG) de grandes marcas, e não baseadas apenas na briga por preço.
Publicamos na edição agosto/setembro o guia de fornecedores de resinas recicladas (página 14), que traz uma pesquisa adicional realizada entre os meses de junho e julho, apontando a disposição das empresas do setor em investirem em novos equipamentos e na atualização das suas instalações. Na mesma pesquisa, a maior parte delas comemora a profissionalização do setor, que já se reflete na melhora da qualidade dos materiais reciclados, e atribuem essa melhoria à maturidade que hoje caracteriza o ecossistema em que elas estão inseridas.
É com base nesse ecossistema que se pode afirmar que o mercado de reciclados vai resistir e se fortalecer, como tem sido desde o seu início, investindo, se capacitando e absorvendo uma mão de obra que teria poucas oportunidades em outros setores. Por sinal, importantes atores dessa cadeia estarão reunidos no evento REcy-Plastech, que acontece este mês em São Paulo (SP), com total apoio revista Plástico Industrial, e que promete ser palco de discussões sobre o futuro desse mercado que já enfrenta tantos revezes, mas nem por isso deixa de prosperar.
Hellen Corina de Oliveira e Souza
Diretora de redação
hellen.souza@arandaeditora.com.br
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