Natal Pasqualetti Neto*
Na maioria das prensas a fixação das ferramentas é feita através dos rasgos “T” existentes na sua mesa e no martelo.
As dimensões dos rasgos T são normalizadas com base na norma DIN 650, e é importante que as empresas que utilizam prensas padronizem a dimensão e o arranjo dos rasgos presentes na mesa e no martelo das máquinas, a fim de se estabelecer uma utilização racional e evitar a necessidade de uso de vários jogos de fixadores com várias dimensões.
Um bom arranjo dos rasgos T terá uma quantidade adequada de pontos para a fixação segura da maioria das ferramentas e possibilitará o posicionamento das ferramentas com o mínimo de excentricidade.
Com relação à carga na fixação, temos a parte inferior da ferramenta fixada na mesa e a parte superior da ferramenta é fixada no martelo.
Fixação na mesa
Na fixação da ferramenta na mesa o peso é favorável, ou seja, o próprio peso da ferramenta tende a manter a parte inferior da ferramenta no lugar. No entanto, muitas vezes no processo de estampagem há o agarramento da parte superior com a parte inferior, o que requer uma força para a abertura da ferramenta.
De forma geral, podemos considerar a força de agarramento como 10% da força de prensagem.
Fixação no martelo
A fixação no martelo é crítica por motivo de segurança: no caso de queda da parte superior da ferramenta, há risco de acidente.
A força de fixação da parte superior da ferramenta tem que considerar o peso da ferramenta somado a 10% da força de prensagem devido ao agarramento, e não se deve esquecer a carga dinâmica devido às acelerações da massa no movimento de descer e subir da ferramenta.
Um ponto importante a ser considerado é que a carga no rasgo T é alta e deve-se utilizar fixadores apropriados para este fim, assim como nunca improvisar a fixação usando parafusos.
A área da cabeça do parafuso em contato com a superfície de apoio do rasgo T é muito pequena. Com a carga da fixação da ferramenta, a tensão de compressão é muito alta (pressão de Hertz), encruando, assim, o metal e levando à soltura de pedaços. Com o tempo, há perda total da placa da mesa, o que leva à inutilização da prensa.
*Natal Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.
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