Natal Pasqualetti Neto*



 

Com o passar do tempo, as estamparias têm mais pressa de receber a máquina adquirida e os fabricantes de prensas e equipamentos para estampagem têm reduzido significativamente o tempo de entrega de produtos.


Vou considerar aqui o tempo de construção como o período desde a confirmação do pedido de compra da prensa até a máquina pronta para funcionar.


Uma das primeiras fases é o projeto. Antigamente, os projetos eram desenvolvidos na prancheta ou em CAD 2D, quando este recurso estava disponível. Hoje em dia, com os sistemas de CAD 3D e CAD/CAM, integrados à manufatura, o tempo foi reduzido significativamente.

 



 

Após a fase de projeto era iniciada a fabricação da prensa ou equipamento auxiliar, e os fabricantes costumavam produzir quase todos os componentes da máquina. Para a redução de tempo e de custos, os fabricantes passaram a adquirir componentes de fornecedores especializados. Entre estes componentes podemos citar os sistemas de freio e embreagem e unidades hidráulicas.

 



 

Um dos pontos críticos era a montagem do trem de engrenagens e mecanismo de acionamento das prensas mecânicas, a fim de fazer o alinhamento e garantir o correto movimento do martelo em relação à mesa da prensa.

 

Outro ponto crítico era a instalação elétrica e o sistema de controle da prensa.


Para reduzir o tempo de entrega da máquina, ao invés de fazer a montagem completa da prensa, alguns fabricantes passaram a se concentrar na montagem dos componentes do cabeçote e fazer o alinhamento.


Nesta situação corre-se o risco de, se alguma parte mecânica estiver não conforme, ter dificuldades na fabricação ou usinagem nas instalações do cliente.


 

Com relação à instalação elétrica e ao sistema de controle da prensa, temos duas situações:

 

 



 

No que se refere ao sistema centralizado, temos de fazer a passagem de cabos por toda a prensa e isso é demorado devido à grande quantidade de cabos. Antigamente não havia outra opção.


Em se tratando do sistema descentralizado, podemos reduzir a quantidade de cabos por meio de sistema de comunicação via rede. Nesta situação a montagem se torna mais rápida, mas é necessário fazer uma avaliação de custo devido ao número de sistemas a serem integrados.


A título de curiosidade, os automóveis antigamente contavam com cabos elétricos conhecidos como “chicotes”. Hoje em dia é comum, na maioria dos automóveis, a presença de rede de comunicação CAN, o que evita o uso de grande quantidade de cabos. 


Finalizando, para se ter ideia da redução do tempo de construção, 30 anos atrás uma das primeiras prensas transfer fabricadas para substituição de uma linha de prensas de montadora levou cinco anos desde o pedido até a máquina estar pronta para funcionar. Hoje em dia um sistema similar leva em torno de dois anos.



 

 

 

 

 

 

*Natal Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.



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