Por Diogo Wiese*

 

 

O atual cenário industrial do Brasil requer que as empresas busquem a modernização do seu parque fabril, para acompanhar a crescente evolução tecnológica de maquinários e garantir uma maior produtividade e competitividade no setor.

 

De acordo com um estudo divulgado este ano pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a maior parte dos equipamentos utilizados pela indústria brasileira têm, em média, 14 anos de idade, e 38% deles estão próximos de ultrapassar, ou já ultrapassaram, o ciclo de vida ideal.

 

Mesmo com a gritante necessidade de modernização, o processo de atualização dos equipamentos para cada indústria exige o máximo de cuidado para avaliar qual o melhor caminho para que este passo seja dado com uma visão criteriosa em relação às finanças da empresa, a médio e longo prazo.

 

Com a alta competitividade e interesse dos consumidores, todo ano surgem novas tecnologias direcionadas às máquinas operatrizes, que em algumas ocasiões se tornam obsoletas em um curto período de tempo. Embora essas mudanças não sejam tão constantes como em outros setores, elas fortalecem a importância de avaliar com o máximo de critério, para apontar em cada caso, o que é mais vantajoso do ponto de vista estratégico no que se refere a alugar ou comprar máquinas industriais.

 

No setor industrial, o aluguel de máquinas é uma realidade crescente entre as empresas, e boa parte das grandes corporações conta com algum equipamento locado. Embora o investimento em aluguel de equipamentos industriais seja considerado por muitos empresários do setor como uma despesa, ele pode ser deduzido do PIS/COFINS mensalmente e da declaração anual de imposto de renda para empresas do lucro real.

 

Com o nome de “Machine as a Service” (MaS), ou “Máquinas como serviço”, em tradução livre, o conceito é visto por especialistas como um largo passo no caminho para a transformação da Indústria 4.0, já que nem todas empresas poderiam adquirir novos e modernos equipamentos. Neste contexto, o uso de MaS auxilia a integração da Internet das Coisas (IoT) entre os maquinários, facilitando a atualização tecnológica, que possibilita também o acompanhamento remoto da produtividade.

 

Neste cenário, dependendo do perfil e das necessidades da empresa, o aluguel de máquinas operatrizes pode ser uma alternativa para aumentar a produtividade e atualizar a produção sem precisar de um alto investimento logo de início.


Sem um alto gasto em novas aquisições, este tipo de serviço possibilita à indústria contar sempre com máquinas novas e atualizadas, e que depois de um período de uso, e com a renovação do contrato, podem ser substituídas. Agregando valor às peças produzidas, a negociação deste aluguel envolve apenas o cliente e o prestador de serviços, e garante não só o corte de custos e a atualização tecnológica, como também todas as manutenções preventivas durante o período de contrato, possibilitando alavancar os negócios com o equipamento sempre em pleno funcionamento. 

 

Mesmo que para adquirir a máquina operatriz mais simples do mercado seja necessário um aporte financeiro, comprar o maquinário pode ser vantajoso ao se calcular o retorno financeiro que o equipamento pode garantir para a empresa. E para atenuar o impacto financeiro da compra, há diversas maneiras de financiamento junto aos bancos. De qualquer maneira, para que a compra de máquinas operatrizes seja a mais acertada possível, deve-se levar em conta a depreciação e as manutenções regulares necessárias para manter o equipamento em bom funcionamento.

 

Em todos os casos é preciso analisar criteriosamente para entender a real necessidade da indústria, seu porte e suas expectativas. Neste quesito, é necessário também avaliar se a troca do equipamento é para atualização tecnológica, aumento da produção, atender a uma nova demanda, redução de custos operacionais, melhora na produtividade ou outro motivo.


Em cada uma delas, e para cada perfil de empresa, uma das soluções será a mais adequada. Para encontrar essa resposta é de extrema importância compreender o cenário econômico que se avizinha e os objetivos da empresa em médio e longo prazo, para enfim definir como o aluguel ou a compra de um maquinário poderá agregar valor às suas expectativas para o futuro.



*Diogo Wiese é diretor comercial do Grupo Alltech.



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