Natal Pasqualetti Neto*
Existem muitos processos para a conformação de metais como, por exemplo, a estampagem, que é caracterizada por trabalhos que envolvem o processamento de matéria-prima com espessura fina, como chapas. A estampagem de chapas abrange o corte, a dobra e o repuxo pelo uso de ferramentas (estampos).
Podemos considerar o processo de corte como o mais simples e o de repuxo como o mais complexo.
Análise do processo de corte
No processo de corte, o punção aplica uma força na chapa, a qual está apoiada na matriz.
Esta força depende de diferentes fatores, mencionados a seguir.
O cálculo é relativamente simples e é necessário que o projetista faça os cálculos geométricos do perímetro. No caso da figura acima, que é uma circunferência, o perímetro é π multiplicado pelo diâmetro. Disso resulta que a área de corte mostrada na figura acima é o perímetro multiplicado pela espessura do material.
A resistência do material é normalmente obtida pelo ensaio de tração.
No ensaio de tração é obtido o “Diagrama tensão – deformação”.
Porém, o corte (cisalhamento) ocorre transversalmente à tração feita no ensaio. A tensão limite de resistência ao cisalhamento (tc) corresponde a 0,8 da tensão limite de resistência à tração (σt).
Conhecendo a área de corte e a tensão limite de resistência ao cisalhamento obtemos a força de corte.
Para realização do corte, o punção anda pouco, no máximo a espessura da chapa. Dessa maneira a energia de corte é baixa, e o trabalho de corte é realizado.
Para casos como este, de baixa energia, a prensa indicada é a mecânica convencional ou a mecânica servoacionada.
O processo de corte é simples, porém devemos ficar atentos ao corte puro. Nesta situação, a prensa aplica sua força para a realização do corte e sua estrutura está toda alongada. Ao ocorrer o corte, imediatamente desaparece a força e na acomodação brusca da estrutura ocorre uma grande vibração que causa grandes danos à máquina e aos seus componentes.
No caso de corte puro é recomendado utilizar no máximo 60% da capacidade nominal da prensa mecânica a fim de evitar danos à máquina. Também é indicado, quando possível, que a ferramenta tenha ângulo para suavizar o processo.
O projetista da ferramenta vai definir o tipo e valor mais indicado para cada caso.
*Natal Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.
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