Natal Pasqualetti Neto*

 

 

Nas prensas, em alguns casos, são utilizados cabos de aço, cabos elétricos e mangueiras que requerem cuidados especiais no projeto e na manutenção.

 

Cabos de aço

 

Em algumas prensas temos cabos de aço no sistema de elevação das portas de proteção. Certa vez me solicitaram para analisar a quebra do cabo de aço, pois o cliente já havia substituído-o e em pouco tempo o mesmo também se rompeu.

 

Vamos entender as diferenças de cabo de aço com relação à sua rigidez.

 

 

 

Quanto maior o número de fios de um cabo de aço, maior será sua flexibilidade. Isso significa que podemos ter cabos com a mesma capacidade de carga, mas com rigidez diferente.

 

Nos sistemas de porta de proteção das prensas, os cabos de aço passam por polias e, dependendo do raio da polia, será definido o tipo de cabo a ser usado pela sua rigidez.

 

O fato é que quando o cabo rompeu pela primeira vez, ao invés de o substituírem conforme a especificação original, substituíram-no por um de maior capacidade de carga, e sem observarem o raio mínimo em que o cabo pode ser dobrado. Neste caso, o problema não era a carga suportada pelo cabo, mas sim o raio mínimo em que ele podia ser dobrado.

 

 

Cabos elétricos e mangueiras para alimentação do martelo

 

O martelo possui vários sistemas que necessitam de alimentação de energia e, devido ao seu movimento, esta alimentação de energia é feita através de itens flexíveis, tais como cabos elétricos e mangueiras.

 

 

 

Assim como os cabos de aço, os cabos elétricos e mangueiras têm um raio mínimo de dobra. Quanto maior o raio, acima do raio mínimo, maior a vida dos cabos e mangueiras.

 

Nota: não esquecer de considerar também o raio mínimo da esteira porta-cabos.

 

 

Cabo elétrico de alimentação da mesa móvel 

 

A mesa móvel entra e sai da prensa e os cabos elétricos acompanham seu movimento. Os sistemas de alimentação mais comuns são de carretel com recolhimento automático e sistema de contrapeso.

 

Um fato adicional é que o cabo é tracionado. Isso significa que além do raio mínimo de dobra, o cabo tem que suportar a força de tração ao ser puxado pela mesa móvel. Portanto, se faz necessário um cabo especial. 

 

 

 

 

 

Um fator complicante é o caso de mesa móvel com trilhos em “T”. Neste caso, o cabo elétrico, além de suportar a tração, tem de suportar a torção, pois a mesa móvel também se movimenta no sentido transversal.

 

 

 

 

Estes cabos são especiais e têm um custo muito alto.

 


 

 

 

 

 

 

*Natal Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.



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