Os poços d’água perfurados pelo Governo de São Paulo já aumentaram a oferta de água para 1,5 milhão de pessoas em 116 municípios do estado. Foram inaugurados 127 poços profundos nesse ciclo de perfuração, iniciado em novembro de 2023. Há ainda mais 13 em execução, com investimento de R$ 150 milhões. Esses equipamentos ampliam o abastecimento de água em municípios paulistas e compõem a estratégia de combate à seca em São Paulo.

“A maior parte da captação de água no Estado de São Paulo se concentra em fontes superficiais (rios e lagos), sendo a captação em poços profundos, que acessam os aquíferos, a menor parcela do total dos recursos hídricos. Toda captação de água no Estado está sujeita à outorga, concedida somente após criteriosa análise técnica por parte da SP Águas”, explica Marise Grinstein, diretora-presidente da SP Águas.

Com a perfuração de poços, a oferta de água do município aumenta. O primeiro passo é a perfuração de rochas até acessar a água de aquíferos. Por meio de bombeamento, os poços captam água subterrânea e reservam para que os municípios distribuam a seus moradores, diminuindo a dependência de água superficial vinda de nascentes, por exemplo.

O município com maior número de pessoas beneficiadas pela oferta de água gerada pelos poços é Batatais, na região de Franca. Por lá, o poço tem a capacidade de captar até 150 mil litros de água por hora e beneficia 58,4 mil habitantes. A SP Águas oferece o serviço de perfuração àqueles municípios que fazem parte do programa Universaliza e que não são atendidos pela Sabesp.

O novo ciclo de perfuração prevê um investimento de mais de R$ 100 milhões para 2025 e está em processo de licitação.

“O abastecimento por água subterrânea, por intermédio de poços, sempre foi uma alternativa muito viável para o município”, explica José Eduardo Campos, geólogo da SP Águas. O projeto de perfuração é feito por um hidrogeólogo e depende de autorização da SP Águas e de um parecer técnico da Cetesb.

A área com maior potencial para a perfuração de poços no estado é o oeste paulista, que é também onde há menor nível de águas superficiais. Nessa região, a profundidade dos poços pode chegar a 1,8 quilômetro, como em Presidente Prudente, onde se perfura até chegar no aquífero do Guarani.

Poços de menor porte têm de 100 a 150 metros de profundidade. Por exemplo, é o caso dos poços localizados no sistema aquífero Bauru. A vazão dos poços também varia de 9 mil a 150 mil litros de água por hora. O tempo de vida de um poço é de 20 anos em média e pode ser maior, a depender da preservação.

Os primeiros estudos sobre águas subterrâneas no estado de São Paulo se deram entre as décadas de 1970 e 1980. Com isso, foi possível fazer um cadastro dos poços espalhados pelo estado. Além deles, a SP Águas, então DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica e a Sabesp realizavam a perfuração de novos poços.

Outro ponto positivo é a agilidade: um poço demora cerca de um mês para ser instalado. Em Ribeirão Preto, praticamente todo o abastecimento público de água da cidade vem dessa fonte.



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