No contexto do ressurgimento da epidemia de Covid-19 na Europa, a Suez implementa o City Sentinel, uma solução para monitorar a presença de SARS-CoV-2 em redes de águas residuais. Desenvolvido pelas equipas de investigação científica e técnica do grupo, o sistema permite às autoridades locais avaliar melhor a circulação do vírus nos seus territórios e antecipar as medidas sanitárias. Além de 15 cidades na Espanha, o sistema também está implantado na França, EUA, Índia e agora no Chile.

A solução está em operação desde o início de junho na Espanha para 15 cidades para monitorar a quantidade de vírus em vários pontos das redes de esgoto, principalmente de áreas sensíveis, instalações de alto risco ou críticas (lares de idosos, escolas, etc.) e edifícios com alta taxa de ocupação. A nova oferta é baseada em pesquisas científicas que estabeleceram que a carga viral presente em águas residuais é um marcador relevante e precoce (2 a 3 dias) de sua circulação nas populações. O sistema avisa sobre o surgimento de novos focos assim que se inicia a fase de contaminação, independente da proporção de pessoas assintomáticas, e possibilita gerenciar a implantação de medidas de proteção reforçadas (testes de triagem, campanhas de medidas de barreira incluindo o uso de máscaras, etc.), ou para limitar o acesso a certos estabelecimentos sensíveis. No Chile, está sendo adotado pela Águas Andinas, na região metropolitana de Santiago. Esta abordagem complementa as redes nacionais de vigilância e pode ser uma aliada na política de gestão da pandemia.

No Brasil, implementar a tecnologia operacionalmente já seria perfeitamente possível com o apoio de pesquisas que vêm sendo conduzidas por universidades e pesquisadores locais, uma vez que que os protocolos estão prontos e 100% aplicáveis. No entanto, o maior entrave ainda é o mais básico: onde a epidemia mais avança é nos locais onde há mais carência de saneamento. “Este é mais um exemplo do quanto o saneamento básico é fundamental como um elemento estruturante de saúde pública. Se tivéssemos um acesso universalizado como nos países mais desenvolvidos, seria possível monitorar a partir de agora o surgimento de novas ondas, e mais, indicando por meio das redes o local onde o surto está iniciando", diz Federico Lagreca, diretor comercial da Suez para o Brasil.



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