Os aquíferos subterrâneos do Paraná utilizados, ou que venham a ser utilizados, para o abastecimento público são objeto de convênio firmado entre a Sanepar e a UFPR - Universidade Federal do Paraná, por meio da Funpar - Fundação da Universidade Federal do Paraná. O objetivo principal da parceria é a segurança da água com o desenvolvimento de metodologia, implementação de infraestrutura e geração de serviços tecnológicos para concretização da rede de monitoramento das águas subterrâneas, focando na sua qualidade e na quantidade disponível.
O convênio terá duração de cinco anos, com investimentos da Sanepar de mais de R$ 7 milhões. A gerente de Recursos Hídricos, Ester Amélia Assis Mendes, diz que, a princípio, o monitoramento, que integra o Programa Água Segura, vai contemplar cerca de 1,3 mil poços da Sanepar que estão em operação no Paraná. “A busca por parcerias, convênios e investimentos dessa natureza visa a segurança hídrica, que tem por essência a garantia de disponibilidade de água em quantidade e qualidade suficientes para o atendimento às necessidades humanas, à prática das atividades econômicas e à conservação dos ecossistemas aquáticos”, diz a gerente.
À UFPR/Funpar caberá a elaboração de diagnóstico situacional da qualidade da água, a implantação de rede de monitoramento qualitativo e quantitativo das águas subterrâneas e a realização de curso de capacitação técnica em gerenciamento de aquíferos.
O monitoramento será quantitativo, registrando a variação da amplitude do nível estático em poços tubulares de propriedade da Sanepar, mas que não se encontrem em operação, e qualitativo, registrando as concentrações dos diversos componentes presentes na água.
O professor do Departamento de Geologia da UFPR, e pesquisador no LPH - Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas, Gustavo Athayde, ressalta a relevância das águas subterrâneas. “Quase 50% dos municípios paranaenses dependem dessa fonte, que é crucial para o abastecimento, especialmente em situações de estiagem. Por isso, as metas do convênio visam garantir a segurança hídrica e um gerenciamento eficaz dos recursos hídricos subterrâneos.”
Na primeira fase, em 2025, os técnicos da Sanepar deverão realizar, ao longo de nove meses, coleta da água em todos os poços em operação para análises qualitativas desses mananciais. A integração das informações entre as diferentes equipes envolvidas no projeto será feita pelos Grupos de Trabalho do PSA (Plano de Segurança da Água) de cada gerência regional.
Um banco de dados deverá ser abastecido e georreferenciado com os dados e informações no monitoramento hidrogeológico, aumentando a resiliência dos sistemas de abastecimento operados com poços tubulares. “Como parte do monitoramento, o balanço hídrico servirá para estimar a recarga dos aquíferos, a partir do uso de satélites, e possibilitará a identificação da variação do nível estático nos poços tubulares”, informa Ester.
Dentro dos objetivos específicos do convênio estão a realização de análises físico-químicas e isotópicas em amostras de água subterrânea, videoinspeção em poços tubulares destinados à rede de monitoramento hidrodinâmico, a projeção e definição de procedimentos operacionais e interpretação dos dados das redes de monitoramento quali-quantitativo dos aquíferos e a implantação da base de dados e informações confiáveis para o gerenciamento das águas subterrâneas, dentro de um Sistema de Informações Geográficas.
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