Uma solução inédita pode melhorar a qualidade do grafeno processado no USGRAPHENE, unidade de nanotecnologia da Universidade de Caxias do Sul, RS. Junto com a empresa parceira Zextec Consultoria Empresarial, foi desenvolvido um reator de dispersão do grafeno em soluções líquidas e sólidas. O equipamento tem a finalidade de misturar, da forma mais homogênea possível, o grafeno nos materiais em que ele for aplicado, como compósitos, lubrificantes, tintas e solventes, entre outros.
A maior homogeneidade se deve à alta capacidade de cisalhamento (corte ou deformidade causada por tensão gerada por forças aplicadas em sentidos iguais ou opostos) do reator, que funciona em até 200.000 rpm, levando para a escala industrial a mesma eficiência em mistura obtida em nível laboratorial.
“A dispersão de nanomateriais é tão complexa como a sua fabricação. Com esse desenvolvimento podemos almejar a inclusão do grafeno em escala industrial em quase todo tipo de produto, o que vai permitir posicionar o UCSGRAPHENE como uma referência no mercado no que tange a soluções prontas de produtos com grafeno”, aposta o diretor da Zextec, Hugo Sousa. Segundo ele, desde o início da implementação do UCSGRAPHENE, consolidada em março deste ano, havia a busca por uma solução para a dispersão homogênea em escala industrial. “Como o grafeno ainda é bastante novo para a indústria, este tipo de equipamento simplesmente não existe”, descreve.
O primeiro protótipo do reator de dispersão da Zextec já está em operação, após dois meses de testes e, segundo Sousa, os resultados são positivos. “Com essa tecnologia, além do grafeno como matéria-prima poderemos também entregar soluções completas para as mais diferentes necessidades das indústrias”, comemora. Entre as aplicações estão revestimentos avançados, materiais inteligentes, equipamentos de segurança, polímeros, metais e cerâmicas.
O coordenador do UCSGRAPHENE, Diego Piazza, observa que uma das maiores dificuldades na área da nanotecnologia é a produção em escala industrial, contornada, no caso do grafeno, com o desenvolvimento do novo reator de dispersão. “Migramos para um patamar tecnológico mais alto, de forma que temos a possibilidade de replicar os desenvolvimentos realizados em escala laboratorial para industrial. Com isso, podemos auxiliar ainda mais as empresas na aplicação do grafeno tanto em produtos já existentes como em novos projetos”, afirma.
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