A Codevasf - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba e instituições parceiras avançaram para a fase de implantação de um projeto piloto voltado ao uso de efluentes na produção de alimentos. O objetivo é desenvolver tecnologias que permitam o reúso de água na produção agrícola da região semiárida — especialmente para cultivo de hortaliças, forragens e manga.
Uma empresa contratada deverá elaborar o estudo executivo e implantar o sistema de irrigação do piloto em Petrolina, PE. O projeto busca dar suporte ao desenvolvimento de ações, políticas e parâmetros de regulação para o reúso de água na produção de alimentos. A irrigação é a atividade que mais consome água no Brasil, à frente de abastecimento urbano; em regiões semiáridas, a irrigação é considerada fundamental para a produção agrícola.
“O projeto deverá gerar resultados de elevada importância, que poderão colaborar com mudanças de legislação e favorecer o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o reúso de água de esgoto doméstico tratado na irrigação de diversas culturas”, afirma Renato Brito Chaves, presidente do grupo de trabalho da Codevasf responsável por conduzir o projeto.
As ações empreendidas envolvem o esforço conjunto de Codevasf, Ministério do Desenvolvimento Regional, Embrapa e Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), com o apoio da Compesa e da Univasf. As próximas fases incluem a assinatura de um acordo de cooperação técnica e a obtenção de autorização ambiental para o desenvolvimento das atividades.
A iniciativa tem como escopo adequar sistemas de produção de hortaliças, forrageiras e manga com água residual de esgoto doméstico tratado para as condições de solo e clima. Também serão avaliados os impactos do uso da água residual sobre o solo e a água da região e sobre as plantas e frutos em produção. O piloto será empreendido em área de um hectare, cedida para o desenvolvimento das atividades pelo proprietário do lote 635 do projeto de irrigação Senador Nilo Coelho.
A Codevasf deverá orientar a implantação do sistema de irrigação e acompanhar as demais fases do projeto. O sistema de irrigação será composto por estação de bombeamento, abrigo de proteção para motobomba, equipamentos elétricos para acionamento do conjunto eletrobomba e sistemas de medição e fornecimento de energia elétrica, adutora para conduzir o efluente até a área piloto, sistema terciário de tratamento para hortaliças e sistema parcelar de irrigação constituído de rede de distribuição e de aplicação da água de reúso.
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