O setor sucroalcooleiro vai impulsionar a produção de biogás no país a partir de 2021, segundo projeção da ABiogás - Associação Brasileira do Biogás, que traçou um diagnóstico do setor que pode ser visto no infográfico Biogás no Brasil: Conhecendo o Mercado no País (https://abiogas.org.br/biblioteca/). De acordo com os dados compilados pela associação, as usinas sucroenergéticas representam um potencial de produção de 57,6 milhões m³/dia. Em seguida, aparecem como fontes principais a proteína animal (35 milhões m³/dia), a produção agrícola (18,1 milhões m³/dia) e o saneamento (6,1 milhões m³/dia). Se todo este potencial fosse utilizado, o Brasil poderia suprir 34,5% da demanda de energia elétrica e 70% da demanda de diesel.
Segundo o presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, a aposta nas usinas sucroenergéticas vem da recente inauguração, em 2020, da primeira usina do país a utilizar, além da vinhaça, a torta de filtro, resíduos da produção de cana-de-açúcar, para a produção de biogás em escala comercial. “Acreditamos que outras usinas pelo país vão começar a investir nesta tecnologia, conferindo aproveitamento energético para resíduos que até então eram subaproveitados”, comentou.
Segundo levantamento realizado pela ABiogás, em 2020 entraram em operação 69 novas usinas de geração de energia elétrica movidas a biogás, sendo uma delas híbrida, agregando geração solar fotovoltaica. As plantas totalizam pouco mais de 50 MW de capacidade instalada. Mais da metade dos novos empreendimentos estão na agropecuária e são enquadrados como micro e minigeração distribuída. Houve ainda a partida de projetos de purificação de biogás para biometano.
Outros destaques são os três empreendimentos do grupo Gera, em Três Rios e São Pedro da Aldeia, RJ, que totalizam 3,5 MW de capacidade e utilizam biogás de aterros sanitários; as duas usinas do Grupo Unium/Castrolanda, em Castro e Piraí do Sul, PR, somando 1,4 MW e usando resíduos agropecuários, com previsão de purificação para biometano e uso de CO2 residual nas operações; e a usina de 1 MW da ENC Energy no CTR Vale do Aço, em Santana do Paraíso, MG, que também produz biogás a partir de um aterro sanitário.
Um capítulo à parte é a ZEG Biogás. A companhia deu a partida em dois importantes projetos. Um deles é uma usina de 1 MW que usa biogás oriundo de vinhaça de palma, a partir do óleo de palma produzido pela Marborges Agroindústria em Moju, PA. O outro é de purificação de biogás no Aterro Sapopemba, em São Paulo, com produção inicial de 30 mil m3 diários de biometano, mas que chegará a 90 mil m3 por dia.
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