A poluição dos oceanos é um dos maiores desafios ambientais da atualidade e pode ter se intensificado com a pandemia. Só no Brasil, a Abrelpe - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais registrou um aumento de quase 30% na coleta de materiais recicláveis durante o período.
Para atuar na recuperação dos ecossistemas aquáticos, está sendo desenvolvido o projeto Eyes on Plastic, financiado pela ESA - Agência Espacial Europeia e executado em parceria entre o Lactec, centro de referência em inovação e pesquisas tecnológicas; a empresa alemã Eomap, especializada em sensoriamento remoto para serviços ambientais; e o instituto Fraunhofer-Gesellschaft, líder em computação visual na Europa.
A tecnologia em desenvolvimento, que inova no uso de inteligência geoespacial, fará uso de câmeras e imagens de satélites, alimentadas em um software cujos algoritmos vão calcular onde estão as partículas poluentes, em que quantidade e para onde vão com a movimentação das correntes de água.
O software vai utilizar uma tecnologia que permite monitorar a quantidade, localização e distribuição de poluentes plásticos em ambientes aquáticos. De acordo com a gerente da área de Meio Ambiente do Lactec, Rosana Gibertoni, o combate a esse problema é urgente. “Pesquisas científicas apontam que mais de 200 milhões de toneladas de plástico estariam flutuando apenas no Oceano Atlântico, mas ainda são poucos os estudos que exploram e atuam sobre o assunto. Isso dificulta que governos e corporações possam propor alternativas ou legislações eficazes para conter a poluição e restaurar a saúde dos oceanos”, afirma.
O local escolhido pelas empresas para o projeto foi a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. A baía é uma das áreas mais poluídas por microplásticos do planeta, conforme apontou uma pesquisa realizada pela PUC-Rio. Os microplásticos são resultantes da fragmentação de plásticos maiores, como os de embalagens descartadas na água, ou então presentes em produtos cosméticos usados pelos banhistas.
A primeira etapa do projeto ocorre em junho. Com base nas ideias de economia circular, a equipe do Lactec vai realizar um estudo de viabilidade econômica da possibilidade da venda dos produtos de monitoramento das plumas de plásticos para as instituições locais, além de possíveis projetos sociais envolvendo a comunidade.
Segundo Rosana Gibertoni, a iniciativa promete avanços na produção de dados sobre o problema. “O uso desses sensores possibilita acompanhar a evolução da situação com o tempo e produzir avaliações ambientais com precisão e efetividade ímpares, assim como aconteceu no monitoramento em Mariana, em Minas Gerais”.
As duas empresas já trabalharam em conjunto antes, investigando os danos ambientais decorrentes do rompimento da barragem de rejeitos em Mariana, em 2015. Os resultados compõem o Diagnóstico Socioambiental do Rio Doce, que fornece subsídio ao Ministério Público Federal para definir os termos para as ações civis públicas em andamento no âmbito do caso.
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