O governador do Ceará Camilo Santana assinou, no dia 20 de julho, a ordem de serviço para a construção da usina de dessalinização em Fortaleza. De acordo com ele, com esse projeto pioneiro no Brasil, o estado passará a contar, além de fontes tradicionais de água e da transposição do Rio São Francisco, com a água do mar dessalinizada própria para consumo humano.
“É um dia muito importante para Fortaleza e para o Ceará. É um passo histórico que nós estamos dando. É o Ceará inovando e trazendo para cá, com a parceria privada, a maior usina de dessalinização de água do mar do Brasil”, comemorou Camilo Santana, destacando que o Governo do Estado vem buscando alternativas para atravessar períodos de seca e garantir água potável para todos os cearenses.
A usina será instalada na Praia do Futuro, em Fortaleza, com linhas adutoras de água tratada que entregarão os volumes produzidos nos reservatórios do Morro Santa Terezinha e da Aldeota. Com capacidade de produção de água de 1 m³/s, o empreendimento vai incrementar a oferta de água na capital e Região Metropolitana em 12%. Isso beneficia cerca de 720 mil pessoas.
Neuri Freitas, presidente da Cagece, relembrou que o projeto é fruto de iniciativas lideradas pelo Governo do Estado ainda em 2015, quando o Ceará enfrentava uma severa crise hídrica. “Na ocasião, foram pensados dois pontos principais. Um era diversificar a matriz hídrica. O segundo era buscar recursos da iniciativa privada para ajudar nessa construção, na evolução de todos os projetos de infraestrutura do Estado. E nós já começamos a trabalhar nesse projeto nos anos de 2016 e 2017”, contou.
As obras da usina de dessalinização serão realizadas em uma área de 2,4 hectares, por meio de PPP - Parceria Público-Privada com o consórcio Águas de Fortaleza, formado pelas empresas Marquise, PB Construções e Abegoa Água. Com 30 anos de vigência, a concessão possibilita que o consórcio Águas de Fortaleza seja responsável pela construção, operação e manutenção das unidades integrantes dos sistemas físicos, operacionais e gerenciais de entrega de água potável pelas ligações até os pontos de entrega, seus respectivos instrumentos de medição e a disposição final dos rejeitos gerados.
“A empresa vai fazer todo o investimento, que vai ficar em torno de R$ 500 milhões, e a Cagece tem o compromisso de comprar essa água para, exatamente, atender a população, garantindo que não falte água na Capital”, explicou Camilo Santana. O total é de R$ 3 bilhões em contraprestações, pagas apenas a partir de quando a usina entrar em operação. A expectativa é que a usina comece a produzir água dessalinizada em 2025.
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