O Serviço Geológico do Brasil, empresa pública ligada ao Ministério de Minas e Energia, realiza levantamentos de áreas potenciais para agregados de construção, onde são mineradas matérias-primas para o setor. “Para obras públicas como as de saneamento, é importante que haja reservas minerais como areia e brita a menos de 100 quilômetros de distância dos centros consumidores”, explica Michel Godoy, responsável pela DIMINI - Divisão de Minerais Industriais do SGB-CPRM, que executa projetos nessa temática. Uma parcela das regiões metropolitanas com os piores índices de saneamento básico tem seus recursos minerais para construção civil mapeados pela empresa, o que contribui para a atração de investimentos no setor e para incentivar na elaboração de planos de gestão territorial em áreas de interesse mineral.

Para Esteves Colnago, presidente do SGB-CPRM, o ESG é um novo paradigma que determina o posicionamento das empresas do mundo inteiro quanto à sustentabilidade. “Em relação aos investidores, já que o setor mineral é altamente dependente de financiamento de terceiros, a discussão é tornar quantificáveis fatores como clima, redução de carbono e risco à biodiversidade para viabilizar os negócios, que precisam considerar riscos ambientais e sociais para implementá-los”, afirma. O presidente avalia que o problema das mudanças climáticas redirecionou o foco da exploração mineral, uma vez que reduzirá a demanda de minerais como carvão e aumentará a de cobre, níquel, cobalto, lítio e provavelmente urânio.

Entre as capitais que mais enfrentam os maiores desafios para a universalização do saneamento básico, Porto Velho, RO, ocupa o primeiro lugar, com apenas 4,67% da população atendida com esgotamento sanitário. A DIMINI publicou em 2013 um informe sobre os materiais de construção civil da região. O estudo lista 259 ocorrências minerais, a maioria de caráter inédito, com destaque para as areias e argilas.

Em Macapá, AP, 10,98% da população tem esgoto tratado. A região tem áreas de relevante interesse mineral para areias, argilas e rochas para britas, conforme estudo publicado pelo SGB-CPRM em 2016. Belém é outro município em situação crítica de saneamento, onde apenas 15,77% dos habitantes são atendidos. Na capital do Pará, o SGB-CPRM cadastrou, em 2011, 328 novas ocorrências de recursos minerais utilizados na construção civil.

No total, o SGB-CPRM publicou 24 relatórios entre 2010 e 2020. Os estudos abrangem capitais como Recife, Natal, Goiânia, Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte, Palmas e outros municípios. Até 2022, estão previstas mais 16 publicações, abrangendo regiões metropolitanas como Pelotas-Rio Grande, RS, João Pessoa, PB, Criciúma-Tubarão, SC, e Maceió, AL. De acordo com o geólogo Michel Godoy, o Serviço Geológico do Brasil trabalha por demanda governamental de estados e municípios. “Estamos preparados para atender, com novos estudos, regiões que serão contempladas por grandes obras no país”, garante.



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