O Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados, publica a 14ª edição do Ranking do Saneamento com o foco nos 100 maiores municípios brasileiros. O relatório faz uma análise dos indicadores do SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, ano de 2020, publicado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. Desde 2009, o Instituto Trata Brasil monitora os indicadores dos 100 maiores municípios brasileiros com base em população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no país. A ausência de acesso à água tratada atinge quase 35 milhões de pessoas e 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto. Os dados do SNIS apontam que o país ainda tem uma dificuldade com o tratamento do esgoto, do qual somente 50% do volume gerado é tratado. Outro ponto abordado é sobre os investimentos feitos em 2020, que atingiram R$ 13,7 bilhões, valor insuficiente para que sejam cumpridas as metas do Novo Marco Legal do Saneamento – Lei Federal 14.026/2020.
Ao analisar as 20 melhores cidades contra as 20 piores cidades, percebe-se que há diferenças nos indicadores de acesso: enquanto 99,07% da população das 20 melhores tem acesso a redes de água potável, 82,52% da população dos 20 piores municípios tem o serviço. A porcentagem da população com rede de coleta de esgoto é ainda mais discrepante: 95,52% da população nos 20 melhores municípios tem os serviços; e somente 31,78% da população nos 20 piores municípios são abastecidos com a coleta do esgoto.
Historicamente, o que se observa nos rankings publicados pelo Instituto Trata Brasil é predominância de municípios dos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais nas melhores posições. Santos (SP) ocupa a primeira posição, seguido de Uberlândia (MG), São José dos Pinhais (PR), São Paulo (SP), Franca (SP), Limeira (SP), Piracicaba (SP), Cascavel (PR), São José do Rio Preto (PR) e Maringá (PR).
Por outro lado, entre os 10 piores municípios são da região Norte, alguns do Nordeste e Rio de Janeiro. Macapá (AP) está na posição 100ª, precedida por Porto Velho (RO), Santarém (PA), Rio Branco (AC), Belém (PA), Ananindeua (PA), São Gonçalo (RJ), Várzea Grande (MT), Gravataí (RS) e Maceió (AL).
“Esta edição de 2022 evidenciou uma estagnação dos municípios que sempre estão nas piores posições. O que nos assusta é que estas cidades, mais uma vez, são da região Norte do país, onde o acesso ao saneamento ainda é mais deficitário do que em outras regiões. Há capitais que estão trabalhando nos últimos anos para saírem dessa posição, mas não é a regra, é a exceção”, diz Luana Siewert Pretto, presidente executiva do Instituto Trata Brasil.
A tabela completa com os 100 municípios está disponível no site: www.tratabrasil.org.br.
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