A BRK, concessionária responsável pelos serviços de esgoto em Rio Claro, SP, e a UFSCar - Universidade Federal de São Carlos, por meio do Centro de Ciências Agrárias, localizado no município de Araras, firmaram um acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento de um projeto acadêmico que engloba pesquisas científicas com objetivo de valorizar e buscar por um uso sustentável do lodo de esgoto.

A iniciativa visa contribuir para o avanço tecnológico ambiental, proporcionando soluções para o reaproveitamento do principal resíduo gerado no processo de tratamento de esgoto. “Estamos propondo uma abordagem interdisciplinar e inovadora para compreender e transpor as barreiras que atualmente limitam o uso do lodo de esgoto em larga escala, desenvolvendo uma tecnologia eficiente e de baixo custo para detoxificar esse resíduo, a partir da ação combinada de micro-organismos biodegradadores e processos bioestimulantes, para que seja transformado em um fertilizante orgânico, com elevado potencial agronômico e baixo risco ambiental”, esclareceu a professora Dra. Dânia Elisa Cristofoletti Mazzeo Morales (foto), que conduzirá o projeto acadêmico.

A professora mencionou ainda que o projeto será desenvolvido em Rio Claro, em razão do município ser uma referência em tratamento de esgoto. “A partir de amostras do lodo das ETEs da cidade iremos avaliar a viabilidade comercial e o potencial agronômico do produto em projetos de reflorestamento, na horticultura, no cultivo de grãos e no desenvolvimento de flores e plantas ornamentais”, complementou. 

Os estudos terão como base amostras do lodo gerado nas três maiores estações de tratamento de esgoto de Rio Claro, localizadas respectivamente no Jardim Novo, Conduta e Jardim das Flores. As amostras desse material serão analisadas e pesquisadas por um período de 36 meses, podendo ter esse prazo prorrogado, se necessário.

Em média, Rio Claro trata 45 milhões de litros de esgoto por dia, em oito ETEs atualmente em operação na cidade. Esse trabalho resulta na geração de cerca de 900 toneladas de lodo por mês. Um resíduo que tem como único destino legal os aterros sanitários controlados.

Na apresentação da parceria, o gerente de operações da BRK, Alexandre Leite (foto), demonstrou o lodo gerado no processo de tratamento de esgoto, exemplificando por meio de amostras, o material que é foco das pesquisas. 



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