O Grupo H2O Ambiental, fabricante nacional especializada em soluções para saneamento e meio ambiente, com sede em Sorocaba, SP, implantou uma ETE - Estação de Tratamento de Efluentes seguida de uma ETAR 4.0 - Estação de Tratamento de Água de Reúso (automatizada) na Frutap Alimentos, indústria de laticínios localizada em Bernardino de Campos, no interior de São Paulo.

A Frutap é um dos maiores fabricantes de fermentados do Estado de São Paulo, com especialidades como iogurtes, bebidas lácteas, leite fermentado e requeijões. Foi fundada em 1984 como um pequeno laticínio e hoje conta com um parque fabril de 13.500 m2 de área construída e 65.700 m2 de área total.

A ETE tem capacidade de tratar 500 m3/dia e foi totalmente projetada e construída pelo Grupo H2O Ambiental na modalidade turnkey. “O efluente entra com DBO próximo de 2000 mg/L e sai com DBO inferior a 20 mg/L, ou seja, o sistema atinge uma eficiência de 99%”, diz Antonio Carlos da Silva Sampaio, diretor comercial do Grupo H2O Ambiental. Antes da obra, o efluente era enviado para a rede da Sabesp, concessionária que atende o município. “Hoje vai apenas um excedente mínimo”, diz.

A estação é composta por equalização e correção de PH, seguida de lodos ativados, aeração prolongada de fluxo contínuo com uso de reatores escavados lonados com cadeia flutuante de ar difuso. “É um sistema de baixo custo operacional e de fácil manutenção”, afirma Sampaio. O efluente tratado segue para polimento e desinfecção na ETAR. O projeto contempla ainda uma lagoa final para criação de peixes. “A ideia futuramente é buscar uma finalidade solidária para os peixes, alinhada com a política humanizada e metas de ESG na empresa”, diz. O efluente tratado na ETAR é utilizado pela prefeitura para abastecer um lago paisagístico em um parque da cidade e para irrigação de taludes do parque e abafar poeira em ruas não pavimentadas e lavagem de pátios. Há planos de introduzir um sistema de tratamento terciário para reaproveitamento no processo, como caldeiras e torres de resfriamento.

Segundo Sampaio, a ETAR é pressurizada com câmara de lodo independente, processo que traz como grande novidade o sistema de automação, com conceitos de indústria 4.0 para a dosagem de produtos químicos, monitoramento do manto de lodo do decantador com uso de turbidímetro e descarga automatizada, além de controle final de pH, cloro e turbidez. “Esse é um grande diferencial. A automação facilita a operação e tira do técnico esta função. A retrolavagem é automática conforme os parâmetros programados previamente no computador”, afirma Sampaio. No final, a câmara de adensamento manda o lodo para desaguamento.

O projeto também é usado para tratar e potabilizar água de rio. “Este é um trabalho voltado para a sustentabilidade. Por isso, denominamos a estação como ETA Ecológica e Indústria 4.0, em que a perda de água é zero. Recuperamos a água de retrolavagem para o início do processo e do desaguamento de lodo, evitando muitas vezes a necessidade de emissário de efluentes”, diz o diretor. Todas as leituras ficam registradas no computador, dispensando execução de análises em laboratório com uma frequência tão alta como determinado pela Anvisa, o que reduz o time analítico.

Além do desenvolvimento do projeto e execução civil e instalações eletromecânica, a H2O Ambiental forneceu os equipamentos produzidos em suas duas fábricas (caldeiraria metálica e de polipropileno). Para o projeto da ETA 4.0, utilizou bombas e instrumentação da Prominent.



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