Com a flexibilização da quarentena e abertura gradual de alguns setores da economia, espera-se um movimento cada vez maior de pessoas nos estabelecimentos e transporte coletivo. Para garantir a volta às atividades com maior segurança, a BioGuard, startup com sede em São Paulo, desenvolveu uma tecnologia 100% nacional capaz de descontaminar rapidamente os ambientes, eliminando os organismos vivos presentes no ar e nas superfícies dos objetos, incluindo fungos, bactérias e vírus.

É o estado da arte no combate ao coronavírus”, diz Andre Tchernobilsky, sócio da BioGuard. A máquina, comercializada com o nome de BGtech-19, realiza uma aspersão atomizada de ar com sanitizantes diluídos em água de forma homogênea, possibilitando o preenchimento completo de um ambiente de maneira rápida e eficaz.

A névoa é formada por gotículas ionizadas eletronicamente de desinfetantes de até 12 mícrons. Nanopartículas catiônicas ajudam a fazer a impregnação das gotículas contaminadas, abatendo e levando-as para a superfície. A tecnologia usa parte do sistema de dissociação termolítica, já usado com sucesso pela Zeg Ambiental, empresa fundada por Andre Tchernobilsky e Gabriel Hamuche em 2012 para geração de energia elétrica pela conversão de lixo e resíduos baseada em pirólise ultrarrápida, uma inovação com diversas premiações e projetos implantados no mercado de biomassa e termelétricas no Brasil. “Adaptamos parte do conceito para criar um novo produto e uma nova empresa”, diz o executivo. A BioGuard foi fundada em março último.

Um computador de bordo no BGtech-19 monitora continuamente a temperatura e umidade relativa do ambiente. Quando o volume está 100% saturado, o desligamento é automático. “Significa que toda gotícula contaminada foi abatida para a superfície. Quando a névoa assenta, ela cria uma película protetiva de sanitizante com efeito biocida”, diz. Entre os produtos que podem ser usados como desinfetantes estão o dicloreto de nitrozina, peróxido de hidrogênio, quaternário de amônio e até mesmo o ozônio. O coronavírus pode ficar suspenso no ar por pelo menos 3 horas. Já em superfícies como plástico, madeiras e metais ele se mantém vivo por até 72 horas.

Com alta vazão e pressão, áreas inteiras são preenchidas em poucos minutos. Num centro cirúrgico, por exemplo, o tempo de desinfecção pode ser reduzido de 1 hora para apenas 15 minutos. Em motéis, onde é comum o uso de ozônio para sanitização, o BGtech-19 permite a eficácia da higienização e rápida liberação dos quartos. Para se ter uma ideia, o ozônio leva cerca de meia hora para ser aplicado e mais meia hora para dissipação do produto.

Leve, móvel e fácil de usar, o equipamento é fornecido em três modelos, com 2, 3 ou 4 bicos de aspersão, que podem atender ambientes de 30 a 250 m2. Para áreas maiores, basta aumentar a capacidade do tanque. O reservatório, de 20 litros, dura 20 aplicações.  Em ambientes menores, é possível fazer quantidades de aplicações maiores.

Recentemente a empresa realizou um teste num vagão do trem de São Paulo, depois de um dia normal de utilização pela população. Ali, foram colhidas amostras por um laboratório que constatou a eliminação de todos os vírus e bactérias após o uso da tecnologia da BioGuard. “Com o sucesso, decidimos doar o equipamento para a CPTM e colaborar com o retorno dos paulistanos de forma segura", completa Tchernobilsky.

A solução pode ser usada em qualquer ambiente, como lojas, hospitais, escritórios, faculdades, etc. Como há o controle de saturação do ambiente e as gotículas ionizadas são extremante pequenas, os equipamentos eletrônicos também ficam preservados de danos após o uso do BGTech.

A empresa já forneceu o equipamento para empresas no Brasil, EUA e Canadá (nesses dois países, para distribuidores de EPIs e equipamentos médico-hospitalares). Está disponível para compra ou locação (este último apenas em âmbito nacional). Companhias aéreas e de petróleo também estão avaliando o uso do produto, que atende às normas da Anvisa.

Segundo Tchernobilsky, mesmo depois de passada a pandemia, a preocupação com sanitização é um hábito que veio para ficar. E além da desinfecção, a máquina poderá ser usada para aplicações como abatimento de ácaros em ambientes com muito pó. Nas campanhas de combate ao mosquito da dengue, o desinfetante pode ser substituído por inseticida. “Vamos iniciar também um estudo científico para eliminar bactérias persistentes, as superbactérias, em centros cirúrgicos”, finaliza o executivo.



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