Por meio do Dmae - Departamento Municipal de Água e Esgoto, a prefeitura de Uberlândia, MG, dará início ao projeto para implementar a primeira planta industrial do Brasil para produção em larga escala de energia e fertilizante a partir do lodo resultante do tratamento de esgoto. A primeira etapa consiste na contratação de um estudo técnico, cuja ordem de serviço foi assinada no dia 11 de julho pelo prefeito Odelmo Leão junto à empresa Companhia de Promoção Agrícola (Campo).
Com investimento de R$ 1,7 milhão, o estudo técnico da Campo terá duração de oito meses e vai avaliar e definir o melhor modelo de implementação de uma planta industrial na ETE - Estação de Tratamento de Esgoto Uberabinha. Atualmente, 1,7 mil toneladas de lodo de esgoto são produzidas mensalmente pelo tratamento de esgoto e destinadas ao aterro sanitário. Devidamente processado, o lodo pode se transformar em gás combustível e biocarvão. Como combustível, forneceria energia suficiente para manter a própria planta de processamento. Já como biocarvão, pode potencializar o efeito de remineralizador de solo do pó de basalto na agricultura, formando um fertilizante organomineral.
Com esses processos, conforme explicou o diretor-geral do Dmae, Renato Rezende, o município promoveria, além da redução da emissão de resíduos, o aumento da vida útil do aterro sanitário e um aproveitamento dos compostos e nutrientes resultantes do tratamento do esgoto. “Nossa expectativa é que a energia gerada no processo de pirólise alimente a planta industrial de processamento de esgoto e, com esse subproduto, produzimos um fertilizante destinado às culturas agrícolas, dando uma destinação sustentável para o lodo”, afirmou.
“O que a prefeitura de Uberlândia pretende fazer é pioneiro. Será a primeira unidade do país a usar lodo de esgoto na produção de energia e fertilizante em larga escala. E esse biocarvão, junto ao pó de basalto, vai gerar um fertilizante organomineral capaz de potencializar o sistema de renderização do solo”, explicou o consultor técnico da área de energia da Campo Edmar Gelinski.
O Dmae calcula previamente que, com a iniciativa, haveria uma economia mensal de R$ 255 mil nos custos com a destinação ao aterro sanitário.
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