A LG Sonic, empresa com sede na Holanda que desenvolveu o MPC-Buoy, tecnologia baseada no uso de ultrassom para controlar as florações de algas, lançou um sensor para monitoramento online de fosfato em tempo real, permitindo detectar alterações e identificar fontes de poluição de nutrientes em diferentes profundidades, desde a superfície até os sedimentos. A novidade foi apresentada na Fenasan – Feira de Saneamento e Meio Ambiente, realizada em outubro em São Paulo, e é uma das 14 indicadas para o Prêmio de Inovação Aquatech 2023, que será entregue durante o evento Aquatech Amsterdam, de 6 a 9 de novembro.

O LG Sonic Phosphate Monitoring trabalha de forma semelhante ao MPC-Buoy, ou seja, a partir de uma boia flutuante movida a energia solar fornece leituras de fosfato com o método vanadato-molibdato (método amarelo) usando o sensor microfluídico alimentado por tecnologia lab-on-chip. “O método convencional requer coleta de amostras em campo e envio para o laboratório, um processo que pode levar alguns dias para ter os resultados, dificultando o controle e tomada de decisões. Com nosso sistema, é possível ter medições em tempo real, com dados contínuos e precisos”, disse Lisa Brand (foto), CTO da LG Sonic, durante a Fenasan.

Segundo ela, os reagentes duram até seis meses e podem ser facilmente substituídos sem a necessidade de um técnico. Além disso, o sistema realiza a limpeza automática para evitar biofilme e a manutenção é mínima, podendo ser realizada com segurança em um barco. “Elimina a necessidade de métodos de teste complexos, tornando o gerenciamento da qualidade da água mais acessível e reduzindo a necessidade de viagens de campo frequentes ou medições manuais”, afirmou.

Com escritório comercial em Florianópolis, SC, e time técnico em Campinas, SP, para instalação e manutenção dos sistemas, a LG Sonic é especializada em desenvolvimento de tecnologias para controle de floração de algas de forma sustentável, sem produtos químicos. Há mais de 10 anos no mercado, a empresa está presente em cerca de 55 países.

Seu principal produto é o MPC-Buoy que, além da tecnologia de emissão de ultrassom de baixa potência que impede o crescimento das algas, de forma segura para o ecossistema aquático, trabalha na análise de dados gerados, referentes, por exemplo, aos diferentes tipos e condições de corpos d’água, espécies de algas e estações do ano. Essas informações possibilitam ajustar programas ultrassônicos diferentes para cada tipo de floração, tornando o controle mais eficaz. O banco de dados é continuamente atualizado, otimizando os algoritmos de previsão, com uso de tecnologias como inteligência artificial e gêmeos digitais.

O software de monitoramento fornece um quadro completo e em tempo real sobre o corpo d’água, com tendências de crescimento das algas e progresso do tratamento. “O cliente pode criar alertas que serão acionados e enviados por e-mail quando parâmetros predeterminados forem violados”, afirma Marineuza Marques, diretora da LG Sonic Brasil. As informações da boia são transmitidas à central de operação via 4G ou satélite. O método elimina de 70% a 90% das algas existentes e impede o crescimento de novas. O sistema pode ser instalado em reservatórios de água potável, lagos recreativos, lagoas de águas residuais e tanques de irrigação.

A Cedae, empresa responsável pelo tratamento da água da região metropolitana do Rio de Janeiro, instalou oito MPC-Buoys no Rio Guandu, que atende 10 milhões de pessoas e 85% da demanda total de água urbana. Ao enfrentar a causa raiz do problema, e não apenas a consequência, a empresa conseguiu fornecer água limpa e segura à população e, ao mesmo tempo, reduzir custos. A maior parte da economia, cerca de 90%, foi alcançada pela redução do uso do carvão ativado. O uso de cloro foi reduzido em 27% e sulfato de alumínio em 5%.



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