Na região Norte, segundo dados do Instituto Trata Brasil, a média de tratamento de esgoto é a mais baixa do país. Apenas 12% da população tem acesso a coleta de esgoto e quase metade da água potável produzida é desperdiçada. No Pará, 48,9% da população não possui acesso à água tratada, e 91,5% não têm o esgoto coletado e tratado.
“O país ainda tem 32 milhões de brasileiros sem acesso à água tratada e 90 milhões sem coleta e tratamento de esgoto, então o tema é uma urgência nacional. Quando se leva o saneamento básico para as pessoas, estamos falando em abrir a torneira e ter água disponível para as atividades domésticas, para manusear o alimento, para lavar roupa, para consumo de qualidade. Existe ganho para as pessoas e para a coletividade, contribuindo para o desenvolvimento do país”, destaca o coordenador de relações institucionais do Trata Brasil, André Machado.
Por meio do programa Trata Bem Barcarena, a realidade da cidade vai mudar: o acesso à água tratada e ao esgoto coletado e tratado será ampliado em todas as regiões do município. Mais de 120 mil pessoas serão beneficiadas com as obras que incluem a implantação de mais de 100 quilômetros de novas redes de água tratada e ampliação das estações de captação e tratamento de água. Para coletar e tratar o esgoto, serão mais de 260 quilômetros de novas tubulações implantadas, além da construção de seis novas ETEs - estações de tratamento de esgoto e 33 estações elevatórias.
O programa, lançado em 3 de julho, é uma parceria da Águas de São Francisco, PA, concessionária da Aegea na cidade, e da Prefeitura de Barcarena.
Serão investidos R$ 150 milhões para antecipar as metas do novo Marco Legal do Saneamento, previstas para 10 anos. Os investimentos vão elevar Barcarena à categoria de primeira cidade do Pará a contar com água e esgoto tratados para praticamente toda sua população. Será também a primeira do Norte do país, entre cidades que não são capitais, a conquistar a universalização, com 99% de acesso à água tratada e 90% ao esgotamento sanitário.
A previsão é que os serviços sejam universalizados até 2025, ano em que o Estado do Pará sediará a COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.
“O Brasil vem discutindo a universalização até 2033, mas Barcarena está antecipando para 2025. Além da infraestrutura, teremos todo o empenho de bater de porta em porta para falar sobre os impactos positivos do saneamento na saúde preventiva e ao meio ambiente”, lembra Diego Dal Magro, diretor-presidente da Águas de São Francisco.
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