O abastecimento de água dos pernambucanos tem sido definido pelas condições naturais do estado com a menor disponibilidade hídrica do país, situação agravada pelo avanço das mudanças climáticas que têm determinado, entre outros acontecimentos, períodos de seca severos. O cenário, embora desafiador, está sendo modificado com o início de um novo período de desenvolvimento no Estado com investimentos massivos em benefício da população. Para marcar o momento de mudança, a governadora Raquel Lyra lançou o programa Águas de Pernambuco. A iniciativa reúne investimentos da ordem de R$ 6,1 bilhões, sendo R$ 3,9 bilhões para água e R$ 2,2 bilhões para esgoto, a serem executados nos próximos anos, com ações que incluem execução de obras como a conclusão do Sistema Integrado do Agreste, construção de novas barragens, reestruturação de unidades, substituição de equipamentos e implantação de novas tecnologias. Do total dos investimentos, a Compesa será a responsável pela execução de obras estruturante no montante de cerca de R$ 4 bilhões.

O Programa Águas de Pernambuco foi estruturado em quatro eixos com um grande portfólio de obras voltadas ao combate da realidade que ainda afeta o dia a dia da população, quer seja, a falta de água e a precariedade do abastecimento ou ausência de infraestrutura de esgoto. Os eixos do programa são: segurança hídrica; abastecimento de água; coleta e tratamento de esgoto e saneamento rural. Os investimentos de R$ 6,1 bilhões serão distribuídos da seguinte forma: R$ 1,2 bilhão para o Sertão; R$ 2,0 bilhões no Agreste; R$ 600 milhões nas regiões de Matas; R$ 2,3 bilhões na RMR - Região Metropolitana de Recife. As fontes de recursos serão: R$ 1,9 bilhão da União; R$ 1,3 bilhão do Governo do Estado (Operação de Crédito); R$ 1,4 bilhão da Compesa (Operação de Crédito) e R$ 1,5 bilhão de Parceria Público Privada.

Alinhadas ao programa, estão ainda ações iniciadas neste ano pela Compesa com foco na redução de perdas de água e, consequentemente, aumento da disponibilidade hídrica para a população da RMR. Estão sendo investidos R$ 368,9 milhões através do consórcio Global Service, que prevê identificação das ocorrências de vazamentos em 24 horas e finalização de todas as etapas do conserto em até quatro dias, muitas vezes ocorrendo no mesmo dia, o que em 2022 poderia chegar até 30 dias. Com modalidade diferenciada que avalia o desempenho do prazo e da qualidade dos serviços, visando celeridade nos consertos das tubulações e reposição adequada dos pavimentos, a iniciativa contempla ainda substituição de trechos críticos de redes antigas e implantação de novas ligações.

Está sendo executada no Recife uma operação preventiva focada em detectar e solucionar vazamentos ocultos (aqueles em que a água não aflora na via) através do contrato de performance, onde estão sendo investidos R$ 50 milhões. A expectativa é recuperar o volume de 300 L/s até o fim do contrato, em 2026. Ainda foi iniciada uma nova etapa de um contrato de performance que visa a realização de 123 intervenções de combate a vazamentos nas tubulações da rede de abastecimento de água de 46 bairros da cidade.

Pelo eixo Coleta e Tratamento de Esgoto estão previstos investimentos de R$ 1,7 bilhão da PPP Cidade Saneada (RMR + Goiana) em 14 ações e mais R$ 500 milhões em outras 14 ações no Estado. Está sendo repactuada a PPP existente para ampliação da cobertura de esgotamento sanitário na Região Metropolitana do Recife e em Goiana, contrato firmado entre a Compesa e a BRK Ambiental. Após a revisão contratual que está em curso para acelerar as obras e adequar o programa em razão do novo marco regulatório, a previsão é que cerca de R$ 8 bilhões sejam investidos até o final do programa.

Pelo Poder Público na PPP, destaque para o início das obras de implantação da 1ª etapa do Sistema de Esgotamento Sanitário de Porto de Galinhas. O Programa Águas de Pernambuco prevê ainda mais R$ 500 milhões em investimentos para a expansão da cobertura de esgotamento sanitário no estado, com ações como a ampliação dos sistemas em Bezerros, além de Caruaru, possibilitando o aumento em 40% no sistema de coleta e tratamento para beneficiar 283 mil pessoas.