Ao menos duas pessoas a cada dia morrem na Paraíba em decorrência da falta de saneamento. É o que diz um levantamento da ABCON SINDCON, associação das operadoras privadas de saneamento, com base nos dados do SUS.

Os dados mostram que as doenças relacionadas à falta de saneamento foram responsáveis, nos últimos três anos (2021, 2022 e 2023), por 784 óbitos anuais no estado, o que equivale a 6,8% de todos os óbitos registrados em internações durante o período. Entre essas doenças estão a cólera, diarreias infecciosas, hepatite A, verminoses, amebíase, difteria, leptospirose, febre amarela, dengue e leishmaniose, entre outras.

Foram cerca de 5800 internações a cada ano com doenças relacionadas à falta de saneamento a cada ano, o que equivale a 2,9% do total de internações. As despesas com essas doenças atingiram R$ 9,1 milhões na média anual, o que representa 2,9% do total de despesas com internações ao longo do período do levantamento da ABCON SINDCON.

A expectativa da ABCON SINDCON é que a Paraíba receba investimentos importantes para expandir o atendimento em água e esgotamento sanitário no estado a partir do próximo ano, quando está previsto o leilão de concessão desses serviços. O estudo ainda está em desenvolvimento. O investimento estimado será de R$ 5,75 bilhões, para beneficiar 2,3 milhões de pessoas em 93 municípios.

Para a diretora-executiva da ABCON SINDCON, Christianne Dias, o setor está mantendo um bom ritmo de desenvolvimento de projetos e captação de investimentos. 

“Temos mais vários projetos em desenvolvimento.  Para o próximo ano, há a previsão da realização de grandes leilões, inclusive na Paraíba. O ritmo do mercado demonstra a atratividade do setor e a viabilidade de se expandir os serviços rumo à universalização”, afirma.

Christianne cita o leilão de Sergipe, realizado no início de setembro, como um bom exemplo de concorrência no saneamento, incrementada a partir do marco legal do setor. “Houve uma disputa por quatro grupos no leilão de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Sergipe, garantindo àquele estado um contrato que almeja a universalização dos serviços. Isso é fruto de um contínuo processo de estruturação de projetos e do apetite da iniciativa privada em avançar e ampliar sua participação no saneamento, trazendo investimentos para o setor”, comenta.

A relação entre a ausência de serviços adequados de saneamento e a incidência de doenças que causam mortes e sobrecarregam de custos a saúde pública já é algo reconhecido mundialmente. Estudo da OMS - Organização Mundial da Saúde indica que a cada US$ 1 investido em saneamento se economiza US$ 5,50 em saúde.

No Brasil, onde cerca de 95 milhões de pessoas não estão conectadas à rede geral de coleta de esgoto, esse reflexo é sentido em todas as regiões do país. Outro estudo, da GO Associados, ressalta que, com a universalização dos serviços de água e esgoto, a saúde teria uma economia de R$ 25 bilhões até 2040.



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