A tecnologia da informação é responsável por uma revolução silenciosa em diversas áreas, e não é diferente na indústria. A possibilidade de usar dados com finalidades associadas especialmente ao controle da execução de tarefas e, por conseguinte, dos seus resultados, pode não determinar o sucesso de uma operação produtiva, mas ajuda a mantê-lo.
Na usinagem de metais os recursos digitais estão chegando gradativamente, como pode ser observado na cobertura prévia da feira norte-americana IMTS, a partir da página 18 da nova edição da MM. A ênfase na possibilidade de conexão entre máquinas e na automação reflete a demanda de um mercado que está restabelecendo as suas bases produtivas sob a bandeira do nearshoring, ou seja, o retorno das empresas para os seus territórios de origem após sucessivos gargalos de abastecimento derivados da instabilidade do comércio global devido a situações como a pandemia e o conflito em solo europeu.
Reinstaladas em casa, as empresas buscam produzir mais, de maneira mais racional e vertical, consumindo toda a tecnologia capaz de viabilizar essas ambições. O comando à distância, a conexão entre máquinas e o desenvolvimento de equipamentos multitarefas que serão destaque na feira são um sinal de que a quebra das cadeias globais terá como consequência o estabelecimento de empresas enxutas, habilitadas a produzir com grande flexibilidade e tendo todas as suas operações sob rígido controle, de modo a evitar desperdícios relacionados a insumos, mas também ao custo do trabalho.
Observar este movimento é uma forma de nos prepararmos para algo parecido, tendo em vista as necessidades similares de produção e o gargalo com relação à mão de obra capacitada com que nos deparamos por aqui. Assim, o que hoje observamos em uma feira internacional do porte da IMTS muito provavelmente encontrará ressonância no mercado local, até mais cedo do que esperamos.
Mas, além de atentar para esses avanços, convém também acompanhar a evolução dos meios de produção, visível nesta nova edição nos guias da oferta da tornos verticais, fresas de topo e rebolos diamantados. Sem as ferramentas adequadas, não há tecnologia da informação que compense falhas na execução do que é essencial na rotina das empresas de usinagem.
Hellen Corina de Oliveira e Souza
Diretora de redação
hellen.souza@arandaeditora.com.b
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