Cumprir metas de sustentabilidade se tornou um compromisso que abrange toda a cadeia de manufatura, envolvendo empresas e institutos de pesquisa no desenvolvimento de soluções que podem estar localizadas em diferentes etapas de processo, incluindo a usinagem e a própria fabricação das ferramentas de corte.
A Ceratizit (Luxemburgo), desenvolvedora de produtos para o segmento de usinagem, que tem unidade latino-americana na cidade de Campinas (SP), se engajou nessa proposta com o desenvolvimento de uma linha de ferramentas de metal duro denominada Green Carbide.
Trata-se de uma linha de produtos em cuja fabricação são usadas matérias-primas secundárias de alta qualidade, assegurando uma pegada de carbono favorável, e que pode ser levada em conta pelas empresas consumidoras das ferramentas em suas iniciativas de descarbonização das atividades produtivas.
Em material disponível para a imprensa, a empresa informa que o metal duro, assim como os componentes e ferramentas produzidos a partir dele são preciosos, pois contêm uma alta proporção de cobalto (Co) e tungstênio (W), cuja extração do minério é muito cara e consome muita energia. Para obter uma tonelada de tungstênio, 250 toneladas de minério devem ser extraídas e processadas. Por isso as matérias-primas secundárias devem ser recuperadas das ferramentas de corte de metal duro recicladas ao longo do ciclo de vida do produto para que possam ser usadas novamente.
Metal duro sustentável
Na nova linha de ferramentas de metal duro, denominada CT-GS20Y, mais de 99% dos insumos são compostos por matérias-primas secundárias de alta qualidade recuperadas de fresas, brocas e ferramentas inteiriças de metal duro desativadas.
Como os materiais contendo 10% de componentes no nível de submicron, com tamanho de grão de tungstênio variando de 0,5 a 0,8 µm, representam 70% das ferramentas de furação e fresamento em metal duro, elas são o grupo de materiais mais importante a ser recuperado. Por essa razão, a empresa lançou uma linha sustentável para este campo de aplicações. A decisão foi apoiada pelo resultado de testes de fresamento em que a CT-GS20Y Green Carbide foi comparada com classes de metal duro premium já estabelecidas e uma classe reciclada produzida pela própria empresa, apresentando excelente desempenho.
A pegada de carbono na indústria de ferramentas de corte
De acordo com a Ceratizit, é difícil estabelecer um indicador-chave significativo para a sustentabilidade do metal duro. A pegada de carbono do produto (PCF, de product carbon footprint) quantifica os gases de efeito estufa gerados durante a produção e transporte de produtos e grupos de produtos e permite comparações objetivas, apontando o potencial de melhoria em toda a cadeia produtiva. O cálculo e a análise do PCF para a linha de ferramentas CT-GS20Y foram levados em conta para o cálculo da pegada de carbono corporativa (CCF, de corporate carbon footprint) para o local de produção da empresa, que foi verificado pela instituição Quality Áustria de acordo com os padrões ISO 14064-1:2019.
Imagem: Ceratizit
Leia também:
Os muitos meio de economizar energia na indústria
Investimento em reciclagem de alumínio
#usinagem sustentável
#Ceratizit
Mais Notícias MM
A Yaskawa Motoman lançou um sistema para controle de robôs industriais que usa inteligência artificial para simular estratégias de processos produtivos, que pode ser usado em operações de usinagem. A empresa prevê comercializar a linha de controladores no Brasil em 2025.
28/10/2024
A usinagem e o corte a laser se encontram em um sistema desenvolvido pela Aerotech para a fabricação de componentes de pequenas dimensões, mas que exigem precisão em escala inferior à micrométrica.
28/10/2024
O Relatório Mundial de Robótica 2024, divulgado pela Federação Internacional de Robótica, mostra um aumento significativo na instalação de robôs em diversas regiões. Setor metal mecânico é o terceiro maior usuário.
28/10/2024