A Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) divulgou seu mais recente levantamento, apontando que o mercado de veículos leves eletrificados no Brasil teve o melhor semestre da série histórica da instituição, com 32.239 emplacamentos de janeiro a junho de 2023.

 

Esse total representa um crescimento de 58% em relação ao primeiro semestre de 2022 (20.427), e está muito próximo das vendas de todo o ano de 2021 (34.990).

 

Apenas no mês de junho foram realizados 6.225 emplacamentos – índice 53% acima do observado em junho de 2022 (4.073). Foi o melhor mês de junho e o terceiro melhor mês de toda a série histórica, só superado por maio de 2023 (6.435) e setembro de 2022 (6.391).

 

De acordo com esses números, o mercado tem boa possibilidade de superar a previsão da ABVE de 70 mil emplacamentos até o final do ano. Até junho, a frota total de veículos leves eletrificados no Brasil chegou a 158.678 unidades.


 

Elétricos serão fabricados na Bahia

 

Essas cifras deverão aumentar muito em breve, com a instalação de três fábricas da chinesa BYD no complexo de Camaçari, a 50 km de Salvador (BA). A montadora anunciou no início deste mês a projeção de investimentos na casa de R$ 3 bilhões nas suas três células fabris, com previsão de entrada em operação no segundo semestre de 2024. Uma será dedicada à produção de chassis para ônibus e caminhões elétricos. A outra vai produzir automóveis híbridos e elétricos, com capacidade estimada em 150 mil unidades ao ano na primeira fase, podendo chegar a 300 mil unidades. Já a terceira, voltada ao processamento de lítio e ferro fosfato, atenderá ao mercado externo, utilizando-se da estrutura portuária existente no local.

 

A montadora já estava presente no mercado brasileiro e havia lançado no mês de junho o modelo Dolphin (foto), com autonomia de 291 quilômetros, que se transformou em um estudo de caso de vendas, com 146 unidades vendidas pela rede de concessionárias da marca em todo o Páis nas primeiras 24 horas após seu lançamento.

 

Menos peças usinadas

 

Diversos estudos já publicados tratam da redução do número de componentes usinados para o interior do motor, e alguns dos mais recentes destacam que a adoção de motores elétricos seria responsável por uma redução de 60% do volume de material usinado em comparação com os motores a combustão, com grande impacto sobre os planos dos fabricantes de máquinas-ferramenta.

 

Os veículos com motor a combustão complexos demandam cerca de 1.400 componentes usinados, enquanto os elétricos a bateria têm cerca de 200. Além disso, os sistemas de escapamento e transmissão, que também demandam grande volume de componentes não apenas usinados, mas também obtidos por outros processos de fabricação mecânica, não existem no contexto dos motores elétricos.

 

No entanto, muitos fabricantes de máquinas-ferramentas têm apostado nas ferramentarias cativas e de mercado como potenciais consumidoras, tendo em vista a necessidade de atualização tecnológica para atender ao mercado de componentes plásticos e de ligas metálicas leves que são necessários à fabricação dos veículos elétricos.

 

 

Foto: BYD

 

 

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