Transformar resíduos aparentemente inservíveis em novos materiais para uso em processos de fabricação. Este foi o objetivo do projeto BARBARA, executado conjuntamente por diferentes instituições europeias de pesquisa. Dentro de seu escopo, resíduos da produção agroalimentar serviram de insumo para a obtenção de polissacarídeos e aditivos funcionais para polímeros destinados a melhorar as formulações de plásticos de engenharia de base biológica.
Os polissacarídeos de milho e novos bioaditivos obtidos de cascas de limão, brócolis, romã e amêndoa são alguns dos exemplos de biocompostos que deram origem aos biopolímeros transformados em filamentos para manufatura aditiva. Dentre os principais objetivos da pesquisa está a melhoria das propriedades mecânicas, térmicas e estáticas dos biopolímeros de engenharia.
O consórcio envolve onze parceiros, sendo cinco instituições de desenvolvimento tecnológico, três pequenas empresas e três grandes empresas. A Universidade de Alicante (Espanha) é onde estão acontecendo os principais estudos laboratoriais visando extrair polissacarídeos do milho e bioaditivos de outros alimentos. Os polissacarídeos obtidos no processo foram compatibilizados por técnicas de funcionalização com outros biopolímeros como poliamidas e poliésteres para melhorar as propriedades termomecânicas e a resistência à umidade.
Os bioaditivos extraídos incluíam óleo de limão e pigmento amarelo, pigmentos de romã e agente antibacteriano, pigmento verde de brócolis e extrato antimicrobiano de casca de amêndoa. Os aditivos foram encapsulados em nanoargilas para aumentar a estabilidade e a liberação sustentada.
Uma vez obtidos os dois componentes principais do bioplástico, foram desenvolvidas formulações para encontrar a melhor composição para a produção de filamentos para impressão 3D. Foram obtidos oito materiais, demonstrando que biopolímeros com bioaditivos podem substituir polímeros de fontes não renováveis em aplicações de manufatura aditiva para os setores automotivo e de construção civil. Parceiros do setor automotivo e de moldes e ferramentas ajudaram a validar os resultados dos estudos, que deverão se estender para segmentos como o farmacêutico, de embalagens para alimentos e produtos médicos. Informações sobre o projeto podem ser solicitadas aqui.
Saiba mais sobre polímeros de base biológica lendo a seção Bioplásticos da Plástico Industrial.
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Imagem: Barbara / Cordis (UE)
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