O centro de pesquisa Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI), situado na Universidade de São Paulo (USP), está trazendo para o Brasil uma impressora 3D voltada para a fabricação de peças feitas em materiais metálicos que poderá ser usada para a prestação de serviços a empresas.
O equipamento, que recebeu o nome de “Studio System” e é fabricado pela empresa norte-americana Desktop Metal, é capaz de produzir peças com formato complexo com comprimento e altura de até 150 mm, assim como largura máxima de 250 mm. A impressora utiliza cartuchos com bastonetes metálicos em estado sólido misturados a materiais poliméricos.
Além da impressora, farão parte do aparato um tanque destinado ao processamento químico de peças acabadas, procedimento conhecido como “debinder”, e um forno que tem capacidade para gerar temperaturas de até 1.400 ºC.
Segundo informações dos pesquisadores, o novo equipamento fará parte de programas de apoio ao Hub Brasil de Manufatura Aditiva, abrangendo o desenvolvimento de produtos para os ramos automobilístico, aeroespacial, entre outros, bem como a participação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
“A vantagem dessa impressora é que ela pode fabricar já em metal peças de formato complexo, coisas que não dá para fazer por meio de métodos de manufatura comuns. Estamos falando de peças com muitas curvas, com acabamentos específicos”, comentou Emílio Carlos Nelli Silva, engenheiro mecânico, professor da Escola Politécnica da USP e diretor do Programa de Engenharia do RCGI.
Emílio salientou ainda que a impressora 3D e os demais equipamentos poderão ser alugados por empresas, permitindo a confecção protótipos em períodos muito mais curtos em relação aos métodos convencionais de manufatura.
Outra característica do novo conjunto que chama a atenção são as dimensões dos equipamentos. Em comunicado à imprensa, a entidade afirmou que o aparato ocupará um espaço de 50 m2 do laboratório onde será instalado. “É um equipamento que vai auxiliar os projetos internos do RCGI e da universidade, e ainda ajudar a difundir essa tecnologia que está crescendo não só no Brasil, mas no mundo”, disse Francisco Oliveira, pesquisador do Laboratório de Otimização de Sistemas Multifísicos (MSOL), da Poli-USP.
A chegada da nova impressora à instituição está prevista para daqui a dois meses e o valor negociado, segundo as partes envolvidas, é de aproximadamente US$ 155 mil (cerca de R$ 850 mil). A compra está sendo intermediada pela Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (USP).
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