Por Alessandra Zambaldi*
O plástico filme é extremamente prático e serve como um verdadeiro aliado na rotina dentro do lar. Principalmente na cozinha, é ideal para embalar alimentos e conservá-los por mais tempo – com o uso de produtos que contêm aditivos bactericidas –, além de ser muito utilizado em embalagens para preservar a qualidade de alimentos frescos nos supermercados.
Além disso, aditivos que inativam o Sars-Cov-2, inseridos no material, permitem que diversos objetos e superfícies com as quais as pessoas têm contato diário em lugares públicos e em suas casas ofereçam uma barreira extra de segurança contra doenças.
Este é o caso do Alpfilm Protect, que contava com propriedades antifúngicas e bactericidas graças à presença de micropartículas de prata e que, com a pandemia, passou por uma série de estudos para adequação de sua composição com o objetivo de assegurar sua eficácia antiviral, em especial contra o novo coronavírus.
Com os diversos usos desse material, principalmente neste último ano, é fácil associá-lo ao montante de outros que contribuem para a poluição do meio ambiente. Entretanto, poucos sabem que o plástico filme PVC, como é chamado, pode ser reciclado em pontos de coleta seletiva e retornar ao dia a dia em forma de solas de sapato, tapetes, pisos, mangueiras, manoplas e vários outros produtos.
Com isso, apesar da alternativa viável e positiva de reciclagem, hoje ainda não é possível que o plástico PVC retorne ao dia a dia em forma de um novo plástico filme, pois o produto recuperado não pode ter contato direto com alimentos. Isso ocorre porque, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é autorizado somente o uso de material totalmente novo (também chamado de “virgem”) para confecção de embalagens que terão contato direto com alimentos, exceto o polietileno tereftalato, conhecido como PET.
Ainda assim, vale lembrar que os aspectos positivos da reciclagem do plástico filme vão além da reciclagem única, já que o PVC é um material flexível, podendo ser reciclado diversas vezes sem nenhum problema, retornando ao dia a dia.
Principal gargalo
O alto número de indivíduos no mundo nos coloca em situação grave frente à possível escassez de recursos naturais e revela a perspectiva de esgotamento nas próximas décadas. Uma das melhores soluções para o excesso de resíduos gerados por esse alto consumo é a reciclagem.
Apesar disso, o índice de reciclagem do plástico PVC no Brasil ainda é distante do ideal. Segundo pesquisas encomendadas pelo Instituto Brasileiro do PVC, nos últimos anos, o percentual de reciclagem girou em torno de 18%.
E o problema é bem maior quando analisamos o índice da simples coleta de lixo no Brasil. Segundo o Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (ISLU), veiculado pela Agência Brasil, cerca de 18 milhões de brasileiros não contam com sistema de coleta de lixo próximo às suas casas e apenas 3,85% dos resíduos são reciclados.
Outro problema que impede um maior uso de materiais recicláveis é a tributação às indústrias que utilizam plásticos pós-consumo, já que seus produtos apresentam uma carga tributária maior do que a dos fabricados com matérias-primas “originais”. Isso não faz sentido no momento, já que tais empresas deveriam receber incentivos por atuarem com propostas sustentáveis.
Tudo isso evidencia que um dos principais gargalos ambientais do Brasil é a má administração de resíduos, pouco incentivo à reciclagem e a má distribuição de postos de reciclagem e coleta seletiva. Esses, ainda estão em falta na grande maioria dos municípios do País.
Reciclagem é fundamental
A reciclagem de resíduos é essencial para a diminuição da poluição ambiental, já que eles podem ser convertidos em diversos produtos, voltando para o uso rotineiro. Contudo, apesar de o plástico PVC reciclável não ser utilizado para contato direto com alimentos, a reciclagem continua sendo fundamental e, acompanhada do uso consciente de recursos e sem exageros, é uma das melhores soluções para diminuir os danos ambientais, que, infelizmente, tiveram um aumento devastador no último século.
*Alessandra Zambaldi é diretora de comércio exterior na Alpfilm.
Foto: Freepik
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