Um programa voltado ao desenvolvimento de embalagens flexíveis que apresentem propriedades de resistência mecânica e térmica adequadas ao acondicionamento de produtos alimentícios a serem entregues em domicílio foi criado a partir de uma parceria entre a fornecedora de poliamidas Ube, com sede no Japão e escritório comercial em São Paulo (SP), e a School of Packaging of Michigan State University (MSU SoP), ou Escola de Embalagem da Universidade do Estado de Michigan, situada nos Estados Unidos.
O trabalho das entidades consistirá na realização de estudos que envolvam a inclusão de grades de poliamida na fabricação de embalagens voltadas para o e-commerce – comércio por meio de canais digitais – de alimentos e bebidas. Essa área tem apresentado uma demanda crescente por bags, recipientes e invólucros que tenham, além de resistência e boas propriedades de barreira, flexibilidade, tenacidade e leveza, e que consequentemente possibilitem tanto um aumento do prazo de validade dos produtos (shelf life) quanto a preservação de sua integridade ao serem submetidos a intempéries e/ou acometidos por eventuais anormalidades que possam ocorrer durante o processo de transporte, por exemplo. Tais características são um atrativo para os players desse segmento, cujas ações têm sido intensificadas frente às necessidades surgidas com o distanciamento social, que é uma das recomendações de combate à pandemia da Covid-19.
Devido a esses e outros fatores, este projeto irá englobar a elaboração de formulações que combinem blendas de poliamida, poliolefinas e o uso de aditivos para a redução de cristalinidade, visando melhorar a resistência ao impacto, ou a resistência à punção, assim como de agentes para aumentar a resistência à hidrólise. No que diz respeito ao layout das embalagens, serão pensadas versões de pouch e sachês feitas com filmes multicamadas, além de recipientes confeccionados por termoformação.
De acordo com Daniel Hernandes, gerente de vendas da Ube que atua na divisão de Nylon Extrusion para a América Latina, uma das vertentes do projeto é o compartilhamento de resultados obtidos a partir das pesquisas com a cadeia que atua no e-commerce de alimentos e bebidas, desde fabricantes de embalagens até entidades de pesquisa. Para isso, foi criada uma plataforma chamada Change & Challenge, na qual também serão disponibilizadas informações sobre soluções para evitar o desperdício de alimentos, além da divulgação de pesquisas e iniciativas voltadas para este ramo. Ele também falou sobre outros fatores que influenciaram a prospecção de aplicação de PA na fabricação de embalagens para esse segmento. “O foco do estudo é o desenvolvimento de embalagens flexíveis para o acondicionamento de alimentos frescos e bebidas, e no caso do e-commerce, os requisitos para as embalagens são muito maiores devido ao stress ao qual elas são submetidas, como o maior número de “touch points”. Pode-se concluir que as embalagens atuais, projetadas para os canais de distribuição tradicionais, não são ideais para o e-commerce e se faz necessária uma nova geração de embalagens como, por exemplo, para kits de refeição”.
Por enquanto, o estudo está sendo conduzido nos Estados Unidos e a divulgação dos primeiros resultados está prevista para até o final do primeiro semestre de 2020. A ideia é expandir o programa para clusters que tenham interesse no desenvolvimento de embalagens para produtos alimentícios fornecidos por meio de sistemas de entrega, bem como na criação de programas de logística reversa e reciclagem de polímeros.
Foto: Freepik
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