A fabricante saudita de polímeros Sabic, com escritório nacional em São Paulo (SP), desenvolveu um novo copolímero com parte de seu conteúdo proveniente de fonte biológica, certificado por órgão internacional, que foi empregado em grande escala na construção do novo modelo de smartphone da marca chinesa realme.
Recentemente a Sabic apresentou o seu novo grade chamado LNP ELCRIN EXL7414B, um copolímero de policarbonato (PC) contendo mais da metade de seu conteúdo de origem proveniente de base biológica, desenvolvido para ajudar a indústria de eletrônicos de consumo na redução das emissões de carbono, sendo o primeiro grau de um portfólio em expansão a fim de manter o certificado ISCC Plus – emitido pela International Sustainability and Carbon Certification (ISCC) ou Certificação Internacional de Sustentabilidade e Carbono em tradução livre, já mencionada anteriormente em outras matérias de Plástico Industrial.
De acordo com informações da Sabic enviadas à imprensa, o material é formulado com mais de 50% de conteúdo de base biológica a partir de materiais residuais, que não competem com a cadeia alimentar, de acordo com a abordagem de balanço de massa. Uma avaliação interna preliminar da companhia indicou que cada quilograma da nova resina de base biológica proporciona a redução de dois quilogramas de CO2, em comparação com a alternativa baseada em fonte fóssil.
Segundo o informativo, a marca chinesa realme escolheu empregar essa resina na tampa traseira do seu novo modelo de celular, o GT 2 Pro, lançado em janeiro de 2022, na China.
O novo copolímero ofereceria as mesmas propriedades e condições de processamento de seu antecessor, permitindo uma transição sem sérias complicações à realme. O material permitiu, inclusive, a aplicação de uma microtexturização à peça, que proporciona uma sensação tátil diferenciada dos demais produtos da companhia, o que é um dos focos da campanha de divulgação do aparelho. Acesse o vídeo da campanha aqui.
Sustentabilidade atrelada ao desempenho
Além da redução dos índices de pegada de carbono, ao reduzir o uso de matérias-primas de origem fóssil, a nova resina ofereceria alto desempenho para aplicações eletrônicas, uma vez que possui uma formulação com retardante de chama não bromado e não clorado, que atende ao padrão UL 94 V0 em 0,6 mm.
As resinas LNP ELCRIN EXL7414 e, agora, as LNP ELCRIN EXL7414B atendem a normativas e padrões internacionais de requisitos de segurança como, por exemplo, que exigem que fontes de energia perigosas (como é o caso das baterias de íons de lítio) sejam contidas por meio de proteções integradas para ajudar a impedir que a energia seja transferida para os usuários do dispositivo.
Quanto à sua processabilidade, o novo grade permitiu a fabricação de peças com design ultrafino, que economizam massa e espaço, permitindo tempos de ciclo mais curtos e maiores índices de produtividade em relação ao PC padrão. O novo material também oferece ductilidade sob baixa temperatura (-40 ℃) para resistência ao impacto, característica útil quando um dispositivo é derrubado, e boa resistência química para suportar pintura curada por ultravioleta (UV).
(Fotos: divulgação Sabic, realme)
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