O faturamento da indústria de embalagens plásticas flexíveis apresentou forte alta em 2021 devido, principalmente, ao aumento dos preços em toda a cadeia produtiva, o inclui os produtos transformados, conforme divulgado esta semana pela Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief).
Segundo um estudo da Maxiquim, feito com exclusividade para a Abief, ao analisar o aumento de 55% no faturamento do setor é preciso levar em conta a alta inflação de 2021, que impactou os preços médios das vendas internas. Outro fator importante foram as exportações, que cresceram não apenas em volume, mas também em valores, devido aos preços mais altos no mercado internacional. O aumento da participação das exportações de flexíveis no total de transformados plásticos foi de 18% em 2021 em relação a 2020, enquanto as importações cresceram 15% no mesmo período.
Outro destaque do estudo foi a alta de 2,9% na produção de flexíveis em 2021, em comparação ao ano anterior, atingindo um recorde de 2,1 milhões de toneladas. Esta alta foi puxada, principalmente, pelas indústrias de alimentos e produtos para limpeza doméstica, ressaltando que dentro do universo de flexíveis coberto por esse estudo (sacos/sacolas, agro e embalagens), o segmento de embalagens corresponde a 80% do volume total produzido.
Para o presidente da associação, Rogério Mani, apesar do crescimento da demanda nos últimos anos, o consumo per capita de embalagens plásticas flexíveis ainda é baixo no Brasil (9,8 kg/habitante) se comparado a outros países. “Isso demonstra o potencial de crescimento do setor”, comentou.
A expectativa do setor para o ano de 2022 é de recuperação da demanda, mesmo se o primeiro semestre do ano não demonstrar essa tendência. “Esperamos que a redução de IPI, proposta pelo Governo Federal em fevereiro, garanta um certo fôlego para a indústria em geral”, ponderou Mani, que também comentou sobre as incertezas causadas pelo conflito na Ucrânia, que têm resultado em alta do petróleo. “Acreditamos que estas altas acabarão impactando os custos da cadeia produtiva de plásticos transformados no Brasil. A médio e longo prazos, outros reflexos também poderão ser sentidos pelo setor, tais como retração de demanda, restrição da oferta e dificuldade e alta dos custos logísticos”, alertou o empresário.
Mercado de alimentos
Um recorte do estudo mostrou que o principal mercado para as embalagens plásticas flexíveis em 2021 continuou sendo a indústria de alimentos, a qual consumiu 896 mil t das 2,1 milhões t produzidas, o equivalente a uma alta de 8,4% em comparação a 2020.
A alta no consumo de embalagens flexíveis pela indústria de limpeza doméstica foi ainda mais significativa: 9,6%, chegando a 110 mil toneladas. O market share, por aplicação, estabeleceu a liderança das embalagens multicamadas, com 730 mil t, seguidas pelas embalagens monocamadas, com 651 mil t (com aumentos de 2,2% e 7,1%, respectivamente, em relação a 2020).
As resinas polietileno de baixa densidade (PEBD) e polietileno linear de baixa densidade (PELBD) foram as mais utilizadas em 2021 pela indústria de flexíveis, totalizando 1,589 milhão de toneladas (alta de 0,9% em comparação a 2020). Com base nos mesmos anos de comparação, o consumo de polipropileno (PP), por sua vez, registrou alta de 7,1% chegando a 347 mil t. Do total de resinas utilizadas pela indústria de embalagens plásticas flexíveis, 2,037 milhões de toneladas foram de matérias-primas virgem e 104 mil t de materiais reciclados (cerca de 5%).
(Foto: divulgação Abief)
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