No período de 2021 até março de 2022, segundo levantamento de dados oficiais feito pela consultoria Greener, foram outorgados 25,8 GW em projetos de usinas solares fotovoltaicas centralizadas. Isso fez o parque solar potencial do Brasil, já autorizado e apenas sujeito a sua implantação, subir para 43,7 GW, sendo 3,9 GW já em construção e 4,8 GW em operação e os restantes 35 GW com construção não iniciada. Os dados fazem parte do “Estudo Estratégico Grandes Usinas Solares 2022 – Mercado Livre e Regulado”, da Greener.

Embora o motor dessa expansão do setor se dê por demandas criadas no mercado livre de energia (ACL), já que apenas 1,2 GW dos novos projetos outorgados nos últimos meses são para o ambiente regulado (ACR), 76% dos 4,8 GW em operação tiveram sua geração comercializada no ACR durante o período. Em março de 2022, segundo aponta o estudo, foi atingida a operação de 1,1 GWm da fonte solar FV das grandes usinas, o equivalente a 1,5% da geração de energia do país.

Pelos prazos de implementação das outorgas emitidas pela Aneel, 38 GW estão previstos para entrar em operação até 2027. Desse total, 32 GW ainda não iniciaram a construção e apenas 2,3 GW são projetos que serão viabilizados por leilões do ACR. Em 2022, está prevista a entrada em operação de 4,2 GW de UFVs, pelo cronograma da agência, e em 2023, mais 6,5 GW. Da potência total outorgada pela Aneel, de 43 GW, cujas entradas em operação ultrapassam 2027, 38,6 GW são projetos para o ACL, dos quais 900 MW estão em operação, 3,4 GW em construção e os restantes 34,5 GW ainda sem iniciar as obras.

Durante o período da pesquisa, em volume anual até março de 2022, outros indicadores apontados pela consultoria revelam ainda mais o ritmo acelerado dos investimentos em usinas centralizadas. Foram identificados, para começar, a assinatura de 4,3 GWp em contratos de compra de módulos solares fotovoltaicos. Isso significou um aumento de 17% em relação ao mesmo período anterior. Também vale como indicador positivo, e que demonstra evolução tecnológica, o fato de os fabricantes de rastreadores solares terem contratos fechados em montante superior a 4,2 GWp, em grande parte para atender usinas com início de operação a partir de 2023.

Aparece também como destaque no estudo o crescimento da participação do mercado de capitais na estruturação de financiamento dos empreendimentos mapeados entre 2021 e 2022. Embora o Banco do Nordeste (BNB) tenha financiado metade dos projetos solares, por conta da atratividade do seu crédito, a emissão de debêntures quase dobrou de participação na estruturação financeira entre os novos projetos mapeados de 2021/2022, tornando-se a principal forma de captação de recursos.



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