No fim de junho, a alemã Next2Sun GmbH conectou à rede elétrica sua usina fotovoltaica de 4,2 MW em Donaueschingen, na Alemanha. O projeto destaca-se por ter módulos bifaciais do tipo n instalados na vertical, que, segundo a empresa, comparados aos métodos de instalação tradicionais, permite mais rendimento de energia ao empreendimento.

Segundo a empresa, este tipo de projeto permite que as áreas entre as fileiras de módulos sejam usadas para agricultura, com aproveitamento de até 90% da área do parque solar, além de melhor compatibilidade da rede, com picos de produção de energia durante o meio da manhã e à tarde. Neste caso, os dois lados dos módulos são voltados para leste e oeste. A companhia afirma que, dependendo do módulo bifacial em uso, é possível obter rendimentos de eletricidade 5 a 15% mais altos (kWh/kWp), e ainda que o perfil de alimentação desse tipo de sistema pode se beneficiar da situação do mercado uma vez que os preços da eletricidade normalmente são mais baixos ao meio-dia e mais altos de manhã e à noite, podendo obter receitas médias mais altas. “Na prática, atualmente alcançamos lucros de mercado de 5% a 10% mais altos em comparação às usinas fotovoltaicas convencionais”, afirma em nota a empresa.

Neste projeto, os módulos foram fornecidos pela Jolywood, uma das principais fabricantes mundiais da tecnologia bifacial. De acordo com Heiko Hildebrandt, CEO da Next2Sun GmbH, a recente tecnologia bifacial TOPCon do tipo n é mais adequada para instalação bifacial vertical. “A alta eficiência na parte traseira (alta bifacialidade) é perfeita para obter o melhor rendimento possível”, disse.

A chinesa Jolywood afirma que está investindo na pesquisa e desenvolvimento de tecnologia tipo n, incluindo nPERT, n-TOPCon, IBC, TBC, entre outras, desde 2016. Segundo Zhifeng Liu, gerente geral da Jolywood, em comparação com os módulos do tipo p, os do tipo n têm muitas vantagens. “A eficiência média de conversão da produção em massa dos módulos do tipo n da Jolywood pode chegar a 23,5%, o que é muito mais eficiente do que os módulos do tipo p tradicionais. Além disso, os módulos do tipo n não têm LID e a degradação anual é inferior a 0,4%, o que significa que o rendimento será superior a 87,4% após 30 anos”, explica. O executivo destaca ainda que os módulos do tipo n apresentam perda de sombreamento na parte traseira muito menor, o que contribui para sua alta bifacialidade, além de melhor desempenho com pouca luz e menor coeficiente de temperatura. “Como as células e módulos do tipo p enfrentam dificuldades para atender à crescente demanda por maior eficiência, a tecnologia TOPCon do tipo n será a tecnologia de célula solar de alta eficiência dominante em um futuro próximo", completa.