Os estudos do ONS que embasaram a recomendação ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) de retorno do horário de verão concluíram que a medida tem o mérito de aproveitar melhor a energia solar fotovoltaica para os momentos de pico de demanda (rampa da carga) das 18h às 19h, o que amplia a capacidade de atendimento do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Segundo o operador, que incluiu a sugestão como uma das medidas de plano de contingência contra a estiagem e os efeitos das altas temperaturas no consumo, o adiantamento de uma hora dos relógios, e seu efeito sobre a rampa da carga, vai postergar o horário de demanda máxima em até duas horas, “permitindo que a compensação pela saída da micro e minigeração distribuída fotovoltaica, e toda a geração de fonte solar, possa ser feita de forma mais prolongada”, afirma o estudo do ONS.
Responsável por quase 20% da carga do Brasil, a fonte solar já ameniza o atendimento do SIN ao principal e primeiro pico de carga, que nos últimos anos foi deslocado para a faixa das 14h às 16h. Mas com a adoção do horário de verão, ainda a ser decidida pelo Ministério de Minas e Energia, as UFVs passariam também a ter papel mais importante na rampa da carga do fim do dia, diminuindo em parte o despacho térmico que precisa ser feito entre 18h e 21h. De forma geral, a geração solar passa a declinar a partir das 18h, o que no horário de verão seria “deslocado” para as 19h.
O estudo do ONS apontou que a aplicação do horário de verão, em cenários de afluências críticas, poderá trazer uma redução de até 2,9% da demanda máxima. Isso significaria uma economia no custo da operação em torno de R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro. A redução é prevista na demanda máxima noturna, tanto em dias úteis, como nos finais de semana, em quase todas as condições de temperatura
“O ONS realizou os estudos sobre o horário de verão e recomendou sua adoção visto que há ganhos positivos para o setor elétrico, contribuindo para a eficiência do Sistema Interligado Nacional e, principalmente, ampliando a capacidade de atendimento na ponta de carga”, disse o diretor geral do operador, Marcio Rea.
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